Bala na área

Apito amigo

03 jun 2002 às 10:59

O Brasil não apresentou nada mais do que o esperado em seu jogo de estréia na Copa do Mundo. A vitória contra a Turquia, graças à providencial ajuda do juiz e do bandeirinha que inventaram um pênalti, não traz grande alento aos torcedores, que vão sofrer muito nas próximas partidas. A seleção mostrou que não tem padrão de jogo definido, dependendo basicamente dos talentos individuais de seus jogadores. Como Ronaldinho Gaúcho estava pouco inspirado, o Brasil só conseguiu alguns lances de perigo em lampejos de Juninho, Ronaldo e Rivaldo. Além disso, apenas alguns chutes de Roberto Carlos e boas descidas de Cafu pela direita. Os zagueiros mais uma vez foram sofríveis e as substituições do Felipão completamente ineficientes. Dos jogadores que entraram, Denílson distribuiu dribles sem nenhuma eficiência ofensiva, Luizão provou sua péssima forma física e Vampeta nem foi percebido em campo. Quem sabe com a chegada do Ricardinho as coisas melhorem, mas jogando assim o Brasil não vai longe.

Bom começo


A “Copa do Pijama” não podia ter começado melhor. Os primeiros quatro dias de competição mostraram que vale a pena enfrentar os horários ingratos para acompanhar a festa do futebol mundial. Nos 10 primeiros jogos já aconteceram gols bonitos, uma grande zebra, erros de arbitragem, uma goleada histórica e outras pequenas coisas que fazem o futebol apaixonante. Afinal, este é o único esporte de alto nível que pode gerar surpresas como a vitória de Senegal sobre a França, ao contrário do que acontece com o vôlei e o basquete, por exemplo, que são muito mais previsíveis. Os senegaleses merecem o maior destaque da primeira rodada, aliando técnica e disciplina tática, algo incomum nos times africanos. Já os franceses provaram sua total dependência de Zidane e um excesso de confiança no seu favoritismo. Fizeram muitos brasileiros felizes.


Outro destaque foi a chuva de gols dos alemães, que em ritmo de pelada, fizeram um legítimo quatro vira - oito ganha na Arábia Saudita. Apesar do time não ser tão bom assim, o resultado faz renascer as esperanças alemãs de mais uma vez ir longe na Copa. A exemplo da Dinamarca, que com um jogo veloz e eficiente, ganhou bem do Uruguai e pode pintar como uma surpresa. No grupo da morte, a Inglaterra apenas empatou com a Suécia, que teve um pênalti não marcado pelo brasileiro Simon, e agora decide sua sorte contra a Argentina. Tarefa difícil já que os “hermanos”, apesar do placar apertado contra a Nigéria, mostraram um entrosamento fora do comum, com diversas variações táticas e muita técnica. São os favoritos, ainda mais com a excelente fase de Sorín.


As decepções são o péssimo desempenho de Camarões e Nigéria, que em nada lembram o alegre futebol africano; o Paraguai, que cedeu um empate em dois gols para a fraquinha África do Sul; e a Croácia, que perdeu para o apenas esforçado México.

Coincidência ou vingança


Os Deuses do Futebol aprontaram mais uma. Em 98, quando Romário foi cortado às vésperas da Copa, Emerson foi o substituto escolhido. Agora, foi a vez de Emerson ser cortado um dia antes da estréia e perder a oportunidade de disputar o mundial. Andam dizendo por aí que foi mandinga do baixinho...


Nota 10


Para os senegaleses que resgataram um pouco da magia do futebol na histórica vitória contra a França.


Nota 0

Para o péssimo nível da arbitragem, que interferiu nos resultados de várias partidas. Coincidentemente (??) beneficiando times de tradição como Brasil e Inglaterra.


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