A poucos dias da realização da festa de entrega do Oscar, marcada para este domingo, dia 27 de janeiro, uma acusação grave causa polêmica na comunidade cinematográfica de Hollywood, envolvendo pirataria.
Não é novidade que muitos dos filmes indicados estejam circulando em cópias não autorizadas pela Internet. Desde os principais indicados como 'O Aviador', 'Menina de Ouro' e 'Ray' até filmes com menos indicações como 'Hotel Rwanda' e 'O Fantasma da Ópera' e 'Kinsey' estão vagando nos programas de downloads da grande rede.
O que deixou muita gente surpresa foi uma invetigação da polícia federal americana, o FBI, alegando que 'Menina de Ouro' foi pirateado por um membro de alguma organização profissional, como a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (organizadora do Oscar).
O caso aumentou a paranóia diante de um dos problemas mais graves enfrentados pelo mundo do cinema. Segundo a Associação Americana do Cinema, em 2004 a indústria de Hollywood perdeu cerca de US$ 3,5 bilhões por causa da pirataria.
A mesma associação afirma que a maior fonte de pirataria vem de pessoas que entram nas salas de cinema com câmeras de vídeo para fazer sua própria cópia do filme, às vezes até nas pré-estréias.
No caso da Academia, a pirataria pode ser mais tentadora, uma vez que cada um dos 5.808 membros havia recebido uma média de 65 cópias dos principais filmes em DVDs antes mesmos destes serem lançados comercialmente neste formato.
De posse destas cópias, como o acadêmico se negaria a emprestá-los para parentes e amigos? Outra dúvida: o que fazer com as fitas e os DVDs após o fim da votação?
Só para dar um exemplo da paranóia da pirataria em Hollywood, no ano passado, o ator Carmine Caridi, coadjuvante do filme 'O Poderoso Chefão II' foi processado por permitir a cópia ilegal de seus filmes. Foi expulso da Academia e condenado a pagar mais de US$ 600 mil aos estúdios Sony e Warner.
Soluções são sugeridas a fim de evitar tomadas drásticas, como por exemplo doar os filmes para centros de estudo, hospitais ou casas de aposentados (hipótese descartada) ou distribuir aos membros da academia gratuitamente aparelhos de DVD codificados de forma que os acadêmicos receberiam cópias personalizadas, cuja reprodução só seria possível naquelas máquinas (sugestão da Cinea Inc, uma divisão da Dolby, que foi aceita mas que não pôde ser executada por completo).
Segundo o presidente da Academia, Frank Pierson, só há uma solução. "Destruição. Joguem tudo na rua e passem o carro por cima.". Ele parece espirutuoso, mas está falando muito sério.
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