"A paz é exceção, não é a regra", já disse um personagem do ótimo filme "Antes da Chuva", grande produção do cinema dos anos 90. Com a guerra americana contra o terrorismo no centro das atenções da imprensa mundial, nada mais oportuno que rever o melhor do cinema que retrata o pior da humanidade: a barbárie.
Aqui vão algumas sugestões de filmes que mostram a guerra não de maneira glamourosa ou pelo simples sabor da violência, mas que denunciam sua crueza e falta de sentido. É curioso observar que a maioria dos bons filmes de guerra carregam, no fundo, uma mensagem pacifista. Pois todos eles tratam, em última análise, da condição humana e dos conflitos inerentes à humanidade. Como também já foi dito, nada mais humano que fazer guerra.
Se você gostou destas sugestões, envie-nos suas opiniões a respeito. E se não gostou, sugira quais filmes de guerra você gostaria de ver nesta relação. Publicaremos as opiniões dos internautas assim que elas chegarem à nossa redação (leia algumas sugestões já recebidas).
Três Reis (Three Kings, EUA, 1999)
"Três Reis" não é um filme muito simpático aos americanos. É uma crítica às estabanadas intervenções militares encabeçadas pelos EUA. A história se passa no Iraque, no final da Guerra do Golfo. Um grupo de soldados americanos decide roubar um carregamento de barras de ouro escondido numa base no deserto. O diretor mostra aqui os absurdos da guerra que não foram notícia na CNN: muito mais que proteger vidas, o interesse americano é garantir o abastecimento de petróleo do ocidente. Cenas de ação escondem um humor ácido e uma crítica aguda aos propósitos militares americanos: eles não são mocinhos bem intencionados, como a maioria dos filmes sugere, mas mercenários em defesa de interesses econômicos. E o curioso é que apesar de meio alternativo em sua proposta, o filme contou com atuações de atores de peso em Hollywood: George Clooney, Mark Wahlberg (agora mais famoso, depois de "Planeta dos Macacos") e Ice Cube.
E já que se fala tanto em Afeganistão, "A Fera da Guerra" é um filme que dá uma idéia do porquê tantos inimigos se deram mal ao combater afegãos em seu território. O Afeganistão, considerado o Vietnã soviético, é o cenário árido deste filme que conta a história de um tanque russo perdido no deserto montanhoso do país. Um grupo de guerrilheiros passa a perseguir o tanque, e para piorar seus ocupantes começam a discordar uns dos outros. Perdidos no meio das montanhas afegãs, quase sem combustível e à beira de um ataque de nervos, os soldados enfrentam a ira de camponeses que querem vingar a destruição russa. A história é contada de maneira tão seca quanto o clima afegão, mas é muito bem conduzida e forte, de dar nó na garganta.
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