Este candidato a blockbuster (mas que por uma série de razões ganhou apenas uma sala em Londrina) se passa num futuro não muito distante. Daqui a alguns anos, neste mesmo século 21, logo ali, cerca de 2025. Um residente num lugar utópico vive, como todos, num lugar controlado. Sua oportunidade de ir até ''a ilha'', o derradeiro local não contaminado do planeta, é única.
O problema? É tudo mentira, e a realidade que ele acaba de conhecer é terrível: ele é somente o produto de uma colheita, um ser clonado que vive em um complexo que mantém a utopia, uma granja de clones. Uma granja de órgãos para outros humanos.
Uma boa premissa. Os limites morais e o manejo de clones, em um contexto de ricaços que podem pagar pelo melhor seguro-saúde, ou por uma réplica ''limpa'' se alguma coisa falha, ou ainda se necessitam de partes sadias do corpo, partes não afetadas.
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Este argumento de forte viés moral e social, uma vez trasladado aos limites ''criativos'' de um diretor com o perfil de Michael Bay (''A Rocha'', ''Armageddon'', ''Pearl Harbor'') obviamente não poderia poderia prosseguir nesta linha. De modo que a ação, as explosões, os carros espetacularmente destruídos e as perseguições impossíveis vão invadir a tela a qualquer momento.
Naquele momento exato, aliás, em que um par de clones sexys e em trajes imaculados se dê conta de seu mundo é totalmente utópico, e não somente as cópias mencionadas, matérias-primas da melhor qualidade possível.
Quem espera um cinema profundo a partir desta realidade já palpável que é clonagem em seres vivos, melhor entrar outras salas nas imediações. Sem dúvida é uma boa história, mas que se desvia de sua base de meia ficção científica (a outra metade já se sabe que é real) e se rende aos imperativos da indústria.
Duas observações condicionais necessárias: se a Academia instituir troféu para o filme mais barulhento ano, a estatueta já tem dono em 2005; e se alguém resolver clonar alguém, Scarlett Johansson seria uma escolha impecável.