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Um filme do casseta

Rodrigo Juste Duarte
20 nov 2003 às 17:24

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Será preciso de um bom 'migué' para tirar a taça de Carlos Alberto Torres, capitão da seleção tricampeã. O artilheiro Jairzinho aparece ao centro - Divulgação
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Quem já não traçou um paralelo ou fez alguma comparação entre a turma do Casseta & Planeta e o grupo inglês do Monthy Pyton? Ambos são agremiações de humoristas reunidos para satirizar a tudo e a todos através de publicações, programas de TV e filmes. Quanto a este último ítem, o Monthy Pyton fez história com títulos como "Em Busca do Cálice Sagrado", "A Vida de Brian" e "O Sentido da Vida".

Mas o Casseta, apesar do sucesso e dos mais de 10 anos de veiculação de seu programa na TV Globo ainda não havia se aventurado na sétima arte. "A idéia de fazermos filmes é antiga. Só começamos a tocá-la pra frente depois que a Conspiração Filmes nos fez uma proposta, cinco anos atrás", revela o 'Seu Casseta' Beto Silva. "A partir daí começamos a escrever o projeto do primeiro filme, mas só nos dois últimos anos o roteiro ficou mais incorporado", completa.

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O resultado pode ser visto no longa "A Taça do Mundo é Nossa", que estréia nacionalmente com 250 cópias. A história se passa nos anos 70, em plena época de ditadura militar. Três jovens "revolucionários" perseguidos se unem para combater a ditadura. Eles fundam o Partido Anarco Nacionalista Animalista Carlos, o Panac, e tramam uma ação que mobilizará o país: roubar a taça Jules Rimet, recém-conquistada no México pela seleção canarinho.

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Daí em diante, a emoção aumenta. O Panac usa um bom 171 para tirar do desfile o caminhão que levava os heróis do tricampeonato e a taça - a cena conta com a presença de Carlos Alberto Torres, capitão da seleção brasileira na época, e do artilheiro Jairzinho. Durante a fuga, o grupo terrorista ganha a adesão de Lucy Ellen (Maria Paula), filha do General Mirandinha (Cláudio Manoel), um milico muito do bola murcha (se é pra usar uma expressão de 30 anos atrás), que quase nada faz perante a situação. Em compensação, o General Manso (Beto Silva) mostra-se o verdadeiro linha dura da peseguição.


"Tivemos a idéia de homenagear os anos 70 por dois motivos. Foi nessa época que os integrantes do Casseta & Planeta se conheceram. Fora isso, as histórias que temos dos anos 70 no Brasil são sempre pesadas. A gente quis dar uma visão bem humorada sobre essa época", argumenta o humorista Marcelo Madureira, que no filme vive Dolores, a ambiciosa esposa do General Mirandinha.

O filme promete ser uma das maiores bilheterias nacionais do ano. Seu orçamento foi de 4,9 milhões, mas está sendo gasto mais que o dobro em promoção e merchandising: nada menos do que 6,5 milhões. A trilha sonora, como não poderia deixar de ser, traz músicas dos anos 70, porém interpretadas por artistas de hoje. Para se ter uma idéia, a banda Los Hermanos toca uma música de Odair José. A única canção incluída no filme em sua versão original foi "BR-3", de Toni Tornado, que aliás faz uma ponta, em uma cena tensa em que é difícil rir, contrariando o resto do filme.


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