Estreias

Separados pelo Casamento discute a relação no cinema

06 jul 2006 às 18:03

Curitiba - Chegou o mês das férias e de inúmeras atrações para o público infanto-juvenil, como "Os Sem-Floresta" e "Superman - O Retorno". A opção para os adultos neste início de mês fica por conta de "Separados Pelo Casamento", que traz a eterna Rachel, de "Friends", a atriz Jennifer Aniston, e o sempre cínico e divertido Vince Vaughn, de "Be Cool", "Starsky & Hutch", entre outros.

A história é aquela que todo mundo já está careca de ver no cinema: garota conhece rapaz e decide mergulhar em um profundo e promissor relacionamento. Depois de certo tempo, as diferenças começam a causar problemas e o casal parte então em uma busca por soluções, que inevitavelmente vai gerar uma jornada de autoconhecimento e reflexão. É o tal "discutir o relacionamento", ou DR, nas telonas.


Aqui, Brooke inicia um namoro com o turrão Gary, com quem, após dois anos, decide morar junto. No entanto, a sonhadora vendedora de arte entra em conflito com o desleixado guia turístico e assim começa uma verdadeira batalha de nervos entre o casal, que transforma o então ninho do amor em um campo de guerra dos sexos.


O diretor Peyton Reed, que já mostrou uma proposta estilizada em "Abaixo o Amor", buscou algo parecido em "Separados pelo Casamento", com a chancela do produtor Vince Vaughn, natural de Chicago. Por isso, a película traz inúmeras referências à cidade, desde as discussões sobre os times de beisebol até o figurino bairrista e a história local como pano de fundo. Uma tentativa de fazer um "filme-cidade", assim como Woody Allen faz com Nova York, que ganha vida e quase é um dos personagens na narrativa. Isso funciona bem nos Estados Unidos, onde as referências dão charme ao longa, mas no Brasil essas informações acabam sendo um pouco vazias.


Jennifer vem buscando se desvencilhar do estigma de Rachel e é a única do sexteto de Friends que consegue fazer o público esquecer um pouco a personagem do seriado. A atriz é convincente como uma mulher apaixonada e sofredora, que faz de tudo para recuperar o amor por Gary. O ponto alto do filme fica mesmo por conta de Vaughn, que sabe interpretar esse tipo de figura: um pouco machista, muitas vezes cínico, bastante carismático e extremamente divertido. Faz-se necessário também dar créditos a Jon Favreau, que acrescenta um pouco mais de humor como o amigo inseparável de Gary.

A conclusão é bastante previsível, até porque o público que procura comédias românticas geralmente não está disposto a aceitar muitas surpresas. No entanto, apesar do sempre agridoce final que o gênero oferece, o "azedinho", um certo sarcasmo, paira no ar e transforma o que seria algo comum em uma experiência interessante e divertida para os casais nas férias. Estejam eles juntos ou separados.


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