Estreias

Seis homens e um destino

23 ago 2000 às 17:22
Dirigidos por Wolfgang Petersen, George Clooney e Mark Wahlberg co-estrelam nesta aventura pela sobrevivência, que tem como cenário as águas turbulentas de Massachusetts.
Baseado no livro de Sebastian Junger sobre a história real dos pescadores pegos por uma repentina e violenta tempestade, o roteiro de William Wittliff, Jennifer Flackett e Mark Levin é uma crônica dos altos e baixos emocionais dos seis homens, seus familiares e as equipes de resgate.
Agora, podem um elenco de celebridades, efeitos especiais fantásticos e um bestseller serem as únicas ferramentas para se realizar um grande filme? Quase, faltou pouco para a perfeição.
Infelizmente, Mar em Fúria começa como uma garoa, com diálogos fracos e cheios de clichês. Mas aos poucos o tempo vai engrossando, as falas vão diminuindo e o interesse pelo filme aumenta quando a água começa a se agitar. As cenas do barco pesqueiro Andrea Gail e sua tripulação lutando contra as forças da natureza em alto-mar são de tirar o fôlego. Ondas de mais de dez metros de altura e um oceano aniquilador ameaçam encurtar tragicamente aquelas vidas.
Na pele do líder da expedição pesqueira, o capitão Billy Tyne, George Clooney mostra neste filme o que é preciso para ser um astro de cinema. Depois de penar por bons resultados e apelando para seu lado galã nos românticos Um Dia Especial e Irresistível Paixão e no thriller de ação Três Reis, o ex-doutor Douglas Ross de Plantão Médico definitivamente conseguiu se superar.
Não ficando atrás, Mark Wahlberg deixa de lado suas poses sensuais para as campanhas publicitárias das cuecas Calvin Klein para encarnar o homem do mar cujo amor pela pescaria poderia lhe custar o romance com a namorada e sua vida. Para as mulheres, um aviso importante: Clooney e Wahlberg permanecem descabelados, barbudos e fedendo a peixe durante todos os 129 minutos de filme. Ainda bem que cinema não tem cheiro!
Mas se você ficou nauseado com os diálogos entre os atores, fique sabendo que, com pena de você, espectador, o diretor evitou a banalidade de produções como Volcano e Twister para contar uma história verdadeira e trágica de bravura, coragem, companheirismo e esperança. Muito melodramática? De jeito nenhum. A direção de fotografia se redime com cenas de tempestade tão sensacionais que você não vai ver a hora de cancelar suas próximas férias a bordo de um cruzeiro marítimo.

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