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'Robôs' mostra mundo habitado por máquinas inteligentes

Carlos Eduardo Lourenço Jorge - Folha de Londrina
18 mar 2005 às 11:35

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O cruel capitalista Dom Aço impõe aos robôs o uso de uma nova linha de peças. Quem não puder comprá-las, irá para o desmanche - Divulgação
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Os talentosos Chris Wedge e seu colega, o brasileiro Carlos Saldanha, não perderam tempo, e os muitos milhões de dólares faturados com a ótima animação pré-histórica ''A Era do Gelo'' (indicada ao Oscar em 2003) foram logo reinvestidos num segundo longa de animação. Desta feita sem bichos, com a ação projetada no futuro e numa época de mecanização ultra-aperfeiçoada.

Os personagens são os ''Robôs'' do título e a história, bem, a história na verdade é só o veículo para uma grande dose de invenção e divertimento, justo nesta hora em que a criançada precisa de alento para contrabalançar as obrigações escolares, já que as férias de meio de ano ainda não foram avistadas no horizonte. Bem vindo também para os adultos, o filme está no circuito nacional.

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É bom saber que existe vida animada inteligente fora dos estúdios Pixar. A turma de criação de ''Toy Story'', ''Monstros S.A.'' e ''Procurando Nemo'' não é a única genial que atualmente triunfa no território fértil da animação gerada por computador.

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A dupla Wedge-Saldanha também faz parte dessa elite digital hollywoodiana, e através da empresa Blue Sky Studios soube se impor à Fox, que no entanto exigiu para já uma sequela de ''A Era do Gelo'', a fim de sedimentar a parceria.

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A trama de ''Robôs'' transcorre num futuro distante, em planeta muito parecido com o nosso. A diferença é que seus habitantes são engenhocas inteligentes. O personagem principal é um simpático robô inventor de máquinas, ainda não totalmente adulto, Rodney Lataria (Ewan McGregor na versão original, Reinaldo Gianecchini na brasileira).


De família humilde, ele ajuda o pai, que trabalha como lavador de pratos. O sonho de Rodney é conhecer seu ídolo, o engenheiro robótico conhecido como Grande Soldador (Mel Brooks/José Santa Cruz). Para isso, decide viajar até Robópolis, a cidade grande.

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Mas como sempre ocorre nesses casos, a recepção é hostil, e há um cruel capitalista a enfrentar, um tal Dom Aço (Greg Kinnear/Guilherme Briggs). Apesar das dificuldades para impor seus dotes de inventor, Rodney atrai a atenção do grupo de Enferrujados, os excluídos de Robópolis.


Junto com o novo amigo Manivela (Robin Williams/André Mattos) e com a descontente e atraente executiva Cappy (Halle Berry/ Marina Person), nosso herói acaba fazendo poucas e boas para melhorar as condições dos trabalhadores descontentes.

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O argumento de ''Robôs'' traz a assinatura de dois veteranos roteiristas com veia para a sátira de costumes, Lowell Ganz e Babaloo Mandel, o que justifica certo tom de crítica contra a dominação econômica de grandes companhias. Neste sentido há anedotas saborosas.


Por outro lado, concebido pelo diretor artístico Steve Martino, o mundo futurista que se vê na tela rende homenagem tanto ao clássico visionário ''Metrópolis'', de Fritz Lang, quanto ao estilo de certas séries televisivas, anos 1960. Mas Martino também não esconde influências diversas: literárias, dos quadrinhos e do cinema de ficção cientifica dos anos 1950.

Há homenagens explícitas a ''O Mágico de Oz'' e ''O Exterminador do Futuro''. Já os deliciosos personagens metálicos foram desenhados pelo ilustrador William Joyce - o crédito é justíssimo e obrigatório. Tanto em Curitiba quanto em Londrina, todas as salas que exibem o filme estão com cópias dubladas.


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