Feriado nacional, véspera do verão americano. "Pearl Harbor" é o filme mais aguardado do ano para 18% dos leitores da revista Entertainment Weekly, uma das mais populares sobre o show business americano. Divide o primeiro lugar com "A.I.", ficção científica de Steven Spielberg. Pouco depois, faz uma ótima estréia, a segunda maior da história, abaixo apenas de "Jurassic Park": US$ 75 milhões. O filme da dupla Michael Bay e Jerry Bruckheimer ("Armageddon") gastou horrores em publicidade e fisgou os americanos por um ponto fraco - afinal, todo mundo sabe que os gringos são chegados num patriotismo exacerbado.
Inverno brasileiro, véspera do apagão. "Pearl Harbor", 3 horas de duração, estréia em 155 salas, número alto para os padrões brasileiros. A superprodução de US$ 140 milhões tem uma estréia boa (356 mil espectadores nos três primeiros dias), mas bem abaixo de "O Retorno da Múmia", que estreou em menos salas e atraiu 527 mil espectadores. O filme, cujo projeto tinha o pretensioso codinome "Titanic", não deve seguir o sucesso da tragédia em alto mar. "Titanic" também não teve uma estréia estrondosa. Começou timidamente nas bilheterias e, aos poucos, na base do boca a boca, foi acumulando recordes em cima de recordes. Não, "Pearl Harbor" não seguirá este caminho. Faltam-lhe o carisma e a dramaticidade que fizeram com que "Titanic" não se resumisse a um filme cheio de efeitos especiais. Mas vamos por partes.
A espera por "Pearl Harbor" se explica em parte pelos US$ 140 milhões gastos na produção. E se explica pela tão falada cena do bombardeio, que dura quarenta minutos e é de fato muito bem feita. Mas também é fato que o brasileiro pouco quer saber o quanto honrados e heróicos e dignos foram os americanos em sua participação na Segunda Guerra. Além disso, encarar um filme de 3 horas de duração é para a maioria das pessoas uma espécie de ato de coragem. Quem passa por esta prova, ou diz que "o filme tem 3 horas, mas nem parece", ou então que "o problema é que o filme tem 3 horas de enrolação". Enfim: "Pearl Harbor" seria um bom filme de ação se boa parte de suas 3 horas não fossem de pura enrolação.
A história é fácil de resumir. Um piloto morre, volta e encontra seu melhor amigo, outro piloto, tendo um caso com sua namorada. Ah, claro: durante a confusão amorosa os japoneses destroem uma base americana no Havaí.
O filme é divertido em muitos momentos e tem cenas que são engraçadas de verdade. O bombardeio é tudo aquilo o que falam, com ótimos efeitos especiais e explosões, mas sem muitos motivos para tirar o fôlego. É que os personagens ficam sem ter o que fazer durante o ataque. É como se dissessem: "Com vocês um bombardeio". E a destruição acontece sem nenhuma surpresa, com gente correndo pra lá e pra cá. Chega a cansar até. Passado o bombardeio, dá aquela sensação de "já vi o que queria ver". Só que o filme ainda se prolonga por mais uma hora, período em que cresce o número de pessoas levantando para tomar água, ir ao banheiro ou ler os cartazes do corredor. Fazer valer o ingresso do cinema torna-se, no caso de "Pearl Harbor", um tremendo exercício de paciência.
Inverno brasileiro, véspera do apagão. "Pearl Harbor", 3 horas de duração, estréia em 155 salas, número alto para os padrões brasileiros. A superprodução de US$ 140 milhões tem uma estréia boa (356 mil espectadores nos três primeiros dias), mas bem abaixo de "O Retorno da Múmia", que estreou em menos salas e atraiu 527 mil espectadores. O filme, cujo projeto tinha o pretensioso codinome "Titanic", não deve seguir o sucesso da tragédia em alto mar. "Titanic" também não teve uma estréia estrondosa. Começou timidamente nas bilheterias e, aos poucos, na base do boca a boca, foi acumulando recordes em cima de recordes. Não, "Pearl Harbor" não seguirá este caminho. Faltam-lhe o carisma e a dramaticidade que fizeram com que "Titanic" não se resumisse a um filme cheio de efeitos especiais. Mas vamos por partes.
A espera por "Pearl Harbor" se explica em parte pelos US$ 140 milhões gastos na produção. E se explica pela tão falada cena do bombardeio, que dura quarenta minutos e é de fato muito bem feita. Mas também é fato que o brasileiro pouco quer saber o quanto honrados e heróicos e dignos foram os americanos em sua participação na Segunda Guerra. Além disso, encarar um filme de 3 horas de duração é para a maioria das pessoas uma espécie de ato de coragem. Quem passa por esta prova, ou diz que "o filme tem 3 horas, mas nem parece", ou então que "o problema é que o filme tem 3 horas de enrolação". Enfim: "Pearl Harbor" seria um bom filme de ação se boa parte de suas 3 horas não fossem de pura enrolação.
A história é fácil de resumir. Um piloto morre, volta e encontra seu melhor amigo, outro piloto, tendo um caso com sua namorada. Ah, claro: durante a confusão amorosa os japoneses destroem uma base americana no Havaí.
O filme é divertido em muitos momentos e tem cenas que são engraçadas de verdade. O bombardeio é tudo aquilo o que falam, com ótimos efeitos especiais e explosões, mas sem muitos motivos para tirar o fôlego. É que os personagens ficam sem ter o que fazer durante o ataque. É como se dissessem: "Com vocês um bombardeio". E a destruição acontece sem nenhuma surpresa, com gente correndo pra lá e pra cá. Chega a cansar até. Passado o bombardeio, dá aquela sensação de "já vi o que queria ver". Só que o filme ainda se prolonga por mais uma hora, período em que cresce o número de pessoas levantando para tomar água, ir ao banheiro ou ler os cartazes do corredor. Fazer valer o ingresso do cinema torna-se, no caso de "Pearl Harbor", um tremendo exercício de paciência.