Para quem não se lembra: há dois anos estreava o primeiro exemplar desta série (nos créditos finais deste segundo, a ameaça de um terceiro), enfadonho, risível e absolutamente desprezível. Naquele momento, o pior foi encontrar os quatro famosos personagens criados por Stan Lee desperdiçados nas mãos de um diretor no mínimo desajeitado, alguém sem a necessária visão ou indícios de talento para recriar na tela o time de super-heróis cult.
Agora surge no circuito mundial a inevitável sequela, ''O Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado'', adaptação de uma das mais emblemáticas histórias de HQ destes personagens: a chegada à Terra do temível Galactus, um devorador de mundos, e de seu emissário, Norrin Radd (voz de Laurence Fishburne, nas cópias não dubladas), que busca planetas com vida orgânica para alimentar seu amo. Para salvar a Terra da ameaça extraterrestre, novamente entram em ação os conhecidos heróis.
Já liberados da obrigação de apresentar o quarteto e justificar os super-poderes, os roteiristas se ocuparam agora de dividir a trama em duas partes: os preparativos, em tom de comédia, do casamento do Homem-Borracha com a Mulher Invisível; e a ação combativa propriamente dita, movida a overdose de efeitos especiais e, infelizmente, colaterais.
Mesmo para uma narrativa curta - 92 minutos, incluídos os longos créditos - o filme é extenso. Isto não quer dizer que seja tão ruim quanto o primeiro. Num certo sentido, a retomada representa um passo, um passinho adiante.
A idéia é a seguinte: à entrada do cinema, o espectador deve esquecer que houve (se é que de fato houve) qualquer pretensão de tornar a história um pouco mais complexa, na linha ''adensada'' de ''Homem-Aranha'', ''X-Men'' e ''Batman - O Começo''. Ela é rasa mesmo.
O passo seguinte, enquanto devora a pipoca (porque a rigor é um filme-pipoca), de mãos dadas com o anódino diretor Tim Story, simplesmente ele, espectador, deve reduzir personagens e situações à paródias grosseiras de precário nível emocional e intelectual. Se Mr. Story fez isto deliberadamente ou não é um mistério, mas que funciona como atenuante da mediocridade, não resta nenhuma dúvida