Para todos os gostos
A cantora islandesa Björk revelou-se uma ótima atriz em seu pesado papel em "Dançando no Escuro". O filme é um drama de roteiro envolvente, com a direção do dinamarquês Lars Von Trier ("Os Idiotas" - 1998), ex-integrante do movimento europeu Dogma de cinema alternativo. Produzido em cinco países (Dinamarca, EUA, França, Islândia, Holanda, Suécia), "Dançando no Escuro" é sensível, forte e crítico ao mesmo tempo. Sem recorrer aos clichês cinematográficos para demonstrar as ciladas, desgraças e amarguras pelas quais algumas pessoas são obrigadas a passar, a produção consegue mostrar a crueldade social e do próprio acaso numa situação onde a própria vítima não se sente como tal. O que garantiu - para a sorte do público - a falta da choradeira e desespero artificiais constantes em dramalhões. Não fosse a direção de Von Trier, "Dançando no Escuro" teria se transformado numa história piegas. O roteiro, de autoria do próprio diretor, é rico em dramaticidade e realismo. Von Trier conduz "Dançando no Escuro" de uma forma natural e com pinceladas do estilo documental capaz de deixar estarrecidos até os mais insensíveis espectadores. Tais elementos, aliados às características da personagem, garantiram a utilidade dos números musicais presentes turbinados pela originalidade das canções de Björk. A islandesa que protagoniza a história é dotada de um estilo forte e tocante de cantar e compor suas melodias que, junto à dramaticidade de "Dançando no Escuro", consegue naturalmente arrancar lágrimas da platéia.
Björk é Selma, uma imigrante tcheca morando nos Estados Unidos na década de 60. Criada no país comunista, mudou-se para conseguir dinheiro para operar seu filho de 12 anos portador de uma doença degenerativa que vai deixá-lo cego. O triste é que a própria Selma também está perdendo a visão e trabalha dia e noite como operária numa fábrica para juntar o dinheiro da cirurgia. Cega, ela têm um conceito diferenciado da música e passa a viver seus sentimentos mais intensos fantasiando musicais. A pureza, ingenuidade e limitações da moça porém estão prestes a colocá-la numa situação ainda mais difícil.
Selma mora num trailer nos fundo da casa de um policial e paga aluguel pela moradia. Endividado, o policial descobre que ela guarda o dinheiro da operação em casa e propõe um empréstimo, o que Selma não aceita. Mesmo sabendo das dificuldades da imigrante, o policial rouba o dinheiro. Fato que acaba por piorar a situação da protagonista e a complicar ainda mais seu drama de vida.
Para os mais saudosistas é preciso dizer ainda que "Dançando no Escuro" conta com a participação da experiente atriz francesa Catherine Deneuve ("Fome de Viver" - 1983) como a sisuda amiga de Selma. Com papel diferente dos que costumava interpretar, Deneuve aparece numa excelente atuação. Mais que tudo, "Dançando no Escuro" poderia ser um drama real. Além de bom e emocionante, contém traços irrepreensíveis de crítica social. Um filme que merece ser visto e revisto: realmente imperdível.
Björk é Selma, uma imigrante tcheca morando nos Estados Unidos na década de 60. Criada no país comunista, mudou-se para conseguir dinheiro para operar seu filho de 12 anos portador de uma doença degenerativa que vai deixá-lo cego. O triste é que a própria Selma também está perdendo a visão e trabalha dia e noite como operária numa fábrica para juntar o dinheiro da cirurgia. Cega, ela têm um conceito diferenciado da música e passa a viver seus sentimentos mais intensos fantasiando musicais. A pureza, ingenuidade e limitações da moça porém estão prestes a colocá-la numa situação ainda mais difícil.
Selma mora num trailer nos fundo da casa de um policial e paga aluguel pela moradia. Endividado, o policial descobre que ela guarda o dinheiro da operação em casa e propõe um empréstimo, o que Selma não aceita. Mesmo sabendo das dificuldades da imigrante, o policial rouba o dinheiro. Fato que acaba por piorar a situação da protagonista e a complicar ainda mais seu drama de vida.
Para os mais saudosistas é preciso dizer ainda que "Dançando no Escuro" conta com a participação da experiente atriz francesa Catherine Deneuve ("Fome de Viver" - 1983) como a sisuda amiga de Selma. Com papel diferente dos que costumava interpretar, Deneuve aparece numa excelente atuação. Mais que tudo, "Dançando no Escuro" poderia ser um drama real. Além de bom e emocionante, contém traços irrepreensíveis de crítica social. Um filme que merece ser visto e revisto: realmente imperdível.