Dar vida a alimentos não é algo novo no universo das animações. O recurso, utilizado com frequência em produtos educativos, tenta conscientizar as crianças sobre a importância de criar hábitos alimentares saudáveis. Para um adulto, ver um morango feliz e saltitante, verbalizando um discurso sobre o quão bem ele pode fazer à saúde, soa contraditório. Afinal, é um ‘ser vivo’ pedindo para ser triturado até a ‘morte’. E é essa visão pouco romântica sobre a vida dos alimentos que é contada em Festa da Salsicha.
Trata-se de uma animação para maiores de idade, dirigida por Greg Tiernan e Conrad Vernon. Embora o título tenha uma conotação pornográfica, a história tem toques de terror - afinal, os alimentos descobrem que nasceram em um universo apocalíptico e serão assassinados a qualquer momento -, mas o que prevalece é o humor. E quem dá voz aos personagens são os humoristas do Porta dos Fundos.
"Nós assistimos e gostamos de cara. Essa animação tem a cara do Porta. Os personagens são divertidos e eu nunca vi uma animação tão barra-pesada", disse Fábio Porchat, ao Estado. Ele e seus colegas de grupo também foram os responsáveis pela adaptação do roteiro. "A ideia era não se perder na tradução. Tem coisas que funcionam como trocadilhos em inglês, mas em português não rola. Mantivemos o espírito desbocado, com texto cheio de palavrões, cenas de sexo, morte, estupro, drogas, sempre tentando deixar tudo isso bem fiel ao filme em inglês", completa.
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A história gira em torno da salsicha Frank e do pão de cachorro-quente Brenda, que sonham deixar suas embalagens e irem juntos ao ‘paraíso’. Graças a um acidente provocado por Xuca (uma ducha íntima), eles escapam de seus grupos e ficam no supermercado. Após uma sequência de fatos, descobrem que o tal do paraíso não existe e lutam contra os humanos para evitarem a morte.
"Optei por não assistir, porque quero deixar para ver junto com todo o grupo", disse Tathi Lopes, dubladora da personagem Camille, uma dona de casa que interrompe o sonho dos alimentos. "Sou louca por dublagem. Já fiz vários cursos e sempre esperei por uma oportunidade, mas esse mercado é muito fechado. Quando vi os vídeos de making of, notei a minha cara de boba. Estava feliz demais." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.