A premissa do argumento é pouco menos que uma declaração de princípios: manter o máximo nível de adrenalina no sangue é a única possibilidade de sobreviver a um sofisticado veneno chinês de efeitos irreversíveis.
A vítima, não por acaso o protagonista, é um assassino profissional, o que torna ainda mais fácil o diagnóstico sobre este filme que elege a ação seu principal e quase único objetivo, e que recorre ao humor fácil e grosso e certamente preocupante quando, entre outras gracinhas, alarme os transeuntes com o grito de ''Al Qaeda! Al Qaeda!'' a fim de que a paranóia popular abra caminho ao velocímetro do personagem.
''Adrenalina'', em lançamento nacional, é trepidante do início ao fim como ordena o manual deste gênero rentável em franca expansão, dirigido a um publico que hoje compra o ingresso como se estivesse dando partida a um game frenético.
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O assassino em questão é Chev Chelios (Jason Statham, uma espécie de sub Bruce Willis versão duro de matar, o que afinal não quer dizer absolutamente nada). Ele foi envenenado por um criminoso rival que, por telefone, informa que tem apenas uma hora de vida. Para evitar a morte e esticar estes sessenta minutos, somente por obra da adrenalina, o antídoto que não pode parar de fluir em abundância pelo seu organismo.
Assim, foi dada a largada para mais uma variante de outros títulos com tramas semelhantes, mas para o espectador adrenalínico o déjà-vu pouco importa - vá lá, vamos informá-lo, é indolor e sempre acrescenta alguma coisinha: nos anos 50, um clássico chamado ''Com as Horas Contadas'' com argumento muito parecido; mais recentemente o primeiro ''Velocidade Máxima'' e o cult ''Corra Lola, Corra''.
Aqui o que faz mesmo a diferença é o acréscimo do conceito estético do videogame/videoclipe com sonoridade metaleiro-estridente e do humor meio pândego, administrados por uma dupla dos hiperfrenéticos diretores Mark Neveldine e Brian Taylor, que muito espertamente condensaram o corre-corre em apenas 87 minutos.