''Freddy e Jason são ídolos pop do terror. Estão há vinte anos em nossa cultura e se converteram em símbolos de nossos medos coletivos, primeiro como adolescentes e depois como adultos''. Palavras do medíocre cineasta, mas esperto produtor Sean S. Cunningham, criador da franquia ''Sexta-Feira 13''.
Hercules e Maciste, mitológicos fortões cinematográficos dos anos 60, foram um dia afinal confrontados em nome da bilheteria. Os terríveis Drácula, Lobisomem, Frankenstein e a Múmia que também tiveram os caminhos cruzados e trocaram improváveis ''amabilidades'' pela mesma razão.
Agora chegou a vez dos temíveis serial-psico-killers dos anos 1980 e 1990, os desfigurados Freddy Krueger e Jason Voorhees, respectivamente donos das franquias ''A Hora do Pesadelo'' e "Sexta-Feira 13", anti-heróis preferidos por 9 entre 10 adolescentes nas duas últimas décadas. E se agindo isoladamente já eram duros de matar, imaginem numa mesma história!
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É claro que tudo não passa de um providencial golpe de marketing, buscando reabastecer os tanques exauridos tanto de um quanto de outro. A popularidade andou em baixa, e a ordem foi reciclar, juntos, esses dois conceitos que um dia já foram de sólida rentabilidade. Mas de que trata este filme que coloca no ringue esses dois pesos pesados do gênero ''kitsch-gore''?
Acompanhe. Quatro anos depois de ser liquidado pela própria filha, Freddy Krueger pena no inferno. Os pais da rua Elm encontraram a fórmula para evitar que seus filhos sonhem: hipnocil, uma droga que evita novas mortes por Freddy. Mas o vilão tem um plano: utilizará outro assassino, Jason, a fim de que os pais acreditem que ele voltou e deixem de dar a droga à garotada. O problema é que Jason descobre que foi miseravelmente enganado, e por isso deve vingar-se de Freddy.
Em sua primeira metade, é espantosa a mediocridade do filme, com o argumento tratando de ressuscitar as duas ameaças e colocá-los no interior daquele típico colégio frequentado por garotos de caráter duvidoso e garotas abundantes - as tais potenciais vítimas fáceis e fatais.
O receituário básico é reposto aqui à base de humor negro, cabeças cortadas e erotismo, talvez não nesta ordem, mas está tudo ali. Tem mais ainda, de ''Pânico'' a ''Eu Sei o que Você Fizeram no Verão Passado''. Mas então, onde está o duelo?
O diretor chinês (de Hong Kong) Ronnie Yu, cujo currículo exibe um espantoso ''A Noiva de Chucky'' (aquele boneco de brinquedo que promovia um banho de sangue), deixa para a meia hora final o embate prometido. Dispostos a tudo, eis que se enfrentam as garras retorcidas de Freddie e o gigantesco Jason, escondido sob a máscara de hockey.
Um enfrentamento, diga-se, mais burocrático do que surrealista (o mínimo que se poderia esperar), já que Yu não ousa, não experimenta, não se atreve a nada além do ''dèja vu''.