Depois de dois meses de muita emoção nas telas nacionais, está chegando ao fim a maratona de lançamentos que todos os anos o exibidor reserva especialmente para o período de férias escolares de verão.
Com mais ou menos talento, Xuxa, Angélica, Frodo, Irmão Urso, Peter Pan e Rugrats, entre outros personagens nem tão famosos, deixaram sua marca na memória afetiva e no imaginário da garotada, que atendeu aos apelos e lotou as salas. E o fecho desta grande festa, desta aventura de imagens e sons chega ao circuito brasileiro, com a estréia de ''Doze é Demais''.
A história é a refilmagem de uma comédia familiar de 1950, e ambos são adaptados do best seller de memórias dos irmãos Frank e Ernestine Gilbreth. Nesta nova versão, os nomes dos pais foram trocados. Tom Baker (Steve Martin), o pai, é um treinador de futebol que sacrifica seus sonhos de trabalhar com uma equipe nacional de ponta para se dedicar a um time da terceira divisão num tranquilo, sonolento subúrbio de Midland, Illinois. Sua mulher , Kate (Bonnie Hunt), quase abre mão de promissora carreira de jornalista e escritora para bancar a supermãe.
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O casamento dos Baker convencionou que uma descendência numerosa pode significar a mais completa felicidade e a constante alegria do lar. Depois de 23 anos de casamento, eles têm doze filhos que, com suas travessuras, seus pequenos problemas e as naturais rebeldias, estão sempre a exigir enorme dose de paciência. As coisas se complicam e o que seria da dramaturgia, se as coisas não se complicassem ? quando a mãe deve ir a Nova York por duas semanas para mostrar aos editores exatamente um volume de crônicas familiares que acaba de escrever. A custa de muitas confusões, o pai tentará dar conta do recado.
Sem dúvida o que de melhor oferece ''Cheaper by the Dozen'' é a presença de Steve Martin, uma espécie de herdeiro do estilo ''papai'' criado por Spencer Tracy nos anos 1950, e com a tarimba de duplo ''Pai da Noiva''. Na tarefa aqui ele é bem auxiliado por Bonnie Hunt, apesar da impecável e um tanto implausível aparência de mãe esbelta de 12 crianças.
É provável que o filme seja melhor desfrutado por pais de família que se reencontrarão retratados no perfil dos Baker. O riso comparece, mas não com a frequência que seria lícito esperar o humor, tão brando e insípido, é imediatamente esquecido. O roteiro é chapado, sem novidades, e tudo se resolve exatamente como o espectador espera, de acordo com o figurino previsível das sitcoms televisivas que baseiam o êxito no volume das risadas gravadas.
Não que ''Doze é Demais'' seja um mau filme, mas argumento, material humano e recursos envolvidos autorizavam um outro passatempo, que poderia ser recomendado com entusiasmo. Não é este o caso.