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Delete este filme. Ponto. Final

05 dez 2003 às 17:24

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‘‘Medo.Com.br’’: terror virtual levado ao ridículo - Divulgação
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É assim que a coisa funciona com este ''Medo.Com.br'', invadindo as telas brasileiras - de cinema, não de PCs. Enquanto as pessoas lá no filme parecem mortalmente aterrorizadas, o pessoal cá na platéia despenca mortalmente entediado.

O filme é uma falência em todos os setores. A fotografia é escura e granulada, não por estética assumida, mas por ruindade mesmo, enquanto a iluminação é imersa em sombras sem nada de artístico. Pior de tudo: o diretor William Malone não consegue instalar terror na platéia pelas vias tradicionais, assim ele opta pela via do desespero. Como? Pelo desconforto e pelo constrangimento, ameaçando mostrar a qualquer momento, cenas extremadas de tortura.

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O ''FearDotCom'' de que trata o título original (a tradução brasileira ganhou um br., talvez para garantir um terror mais tupiniquim...) é o título de uma página de Internet que anda fazendo estragos entre os usuários. Todos que abrem a tal página acabam morrendo em pouco tempo, em estranhas circunstâncias.

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Para esclarecer os fatos, entra em cena uma dupla de policiais (Stephen Dorff e Natascha McElhone), que acaba entrando no endereço eletrônico, claro que sofrendo as consequências. Quem está por trás das mortes é um serial killer nada virtual, alguém que regularmente transmite seus crimes pela Internet.

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Não se divulgaram os snuff-movies, com pessoas sendo mortas de verdade na frente das câmeras, de cinema ou de vídeo? Pois agora chegou a vez dos snuff-emails, ou seja lá que nome dar. E que ninguém pense, por esses dados, que o roteiro se dá ao trabalho de uma pálida reflexão que seja sobre esta mortífera invasão de privacidade. Nem mesmo em tom de discurso pseudo-filosófico.


Filmes de horror podem ser canibais na essência, constantemente devorando e regurgitando sua própria história. Os problemas de verdade aparecem quando um desses jatos de vômito é despejado sobre a cabeça do espectador repleto de detritos de outros filmes não devidamente reprocessados.


Temos aqui, à escolha, excertos da sucção estilo 'Videodrome'' de David Cronemberg, a sucção variante ''Poltergeist'' de Tobe Hopper, a sucção estilo ''The Ring/O Círculo'' (a versão original de Hideo Nakata), e por aí vai...

De tão ruim é até engraçado ver o até então bom Stephen Rea no gênero ''cientista-maluco"'' quase na linha Hannibal Lecter. Natascha McElhone diz suas linhas de diálogos como se estivesse lendo testes oftalmológicos. E o outro Stephen, o Dorff, parece tão embaraçado. Como sempre, aliás.


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