É impressionante como existem diretores (e pessoas) que ainda acreditam que uma mulher só é completa se tiver um príncipe encantado ao lado. Não basta ser um companheiro, veja bem, é preciso ter atributos de contos de fada.
Esse é o pano de fundo do longa ''Procura-se um amor que goste de cachorros''. A comédia romântica escrita e dirigida por Gary David Golderberg é baseada no livro ''Você deve amar os cães'' (''Must Love Dogs'', da americana Claire Cook) e narra a pós-vida de Sarah Nolan (Diane Lane) depois do divórcio.
Porque, sim, separações até são possíveis na Terra do Nunca dos apaixonados, desde que se possa projetar um novo e ideal amor quando o primeiro não cabe mais nos próprios sonhos.
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Sarah acaba de ser trocada por uma mulher mais jovem. Era feliz, mas nem tanto. E não sabe exatamente o porquê de o marido ter deixado de amá-la. Depois do divórcio, amparada por uma família grande, feliz e empenhada em arrumar-lhe um novo amor, ela decide embrenhar-se no mundo virtual.
Cria perfis dela própria que podem agradar aos homens e diverte-se encontrando um conceito para os novos partidos que está procurando. No meio disso tudo, a solidão de comer em pé diante da pia aparece como o pior dos problemas enfrentados pela protagonista.
A salvação vem com o mouse e sites que prometem encontrar um novo parceiro em tempo recorde. Apesar de não ter cachorros, Sarah empresta o mascote do irmão mais novo, para valer-se da máxima de quem gosta de bichinhos pode ser um (a) companheiro fiel, de bom senso e que gosta de programas familiares.
Daí o conceito que dá título ao filme e que ela utiliza em um dos perfis que publica na internet (além dos inúmeros outros, como ''que goste de música'', ''de pesca'', ''de esportes'' e outros que não necessariamente encaixam na realidade dela).
Mas do outro lado da coleira está Jake Anderson (John Cusak conferindo as poucas boas cenas do filme), um construtor de barcos idealista recém-separado e avesso a novos relacionamentos. Ambos chegam à internet ''empurrados'' por terceiros, mas acabam marcando um encontro no parque, com seus cachorros emprestados. Não esse não é o final da história. Embora não precise ter pensamentos muito elaborados para adivinhar o que acontece desde então.
Cusak aparece como um candidato atrapalhado, pouco realista, pouco elaborado, mas de qualquer forma, um partidão. Ou melhor: um verdadeiro príncipe encantado. Desses que preferem ficar em casa vendo o clássico Dr. Jivago, do que sair com os amigos, por exemplo. Aliás, ele só tem um amigo, como convém.
E se você não tem nada melhor para fazer, já atualizou seu perfil na internet e já comeu uma porção individual de comida chinesa, não vai fazer mal ver o filme. É só ter esperanças e acreditar em contos de fada.