Dezessete anos depois, o policial metade homem metade robô está de volta às telonas. Estreia neste final de semana em 700 salas de cinema do país, incluindo Londrina, a nova versão de Robocop.
O remake é dirigido pelo brasileiro José Padilha, consagrado pela sequência Tropa de Elite, filme mais visto na história do cinema brasileiro. Segundo o diretor, será possível encontrar semelhanças entre os dois longas.
"O Robocop é o Black Bope", brincou Padilha em entrevista ao Estado de S. Paulo. "Se você parar para pensar, o conceito implícito no personagem do Robocop está presente no Tropa 1 e no 2. Há uma ideia filosófica que me interessa, de que a violência extrema acontece quando o agente da violência, o policial, perde a sua capacidade de crítica, de pensar sobre o que ele está fazendo", analisa o diretor.
A história se passa em 2028, quando drones são usados para manter a ordem em países sob domínio das forças armadas dos Estados Unidos. A OmniCorp, criadora dos aparelhos, faz lobby para que sejam usados também nas ruas norte-americanas, como forma de combater o crime nas grandes cidades.
Diante da resistência dos poderes, o dono da OmniCorp, Raymond Sellars (Michael Keaton) aproveita que o policial Alex Murphy (Joel Kinnaman) está à beira da morte após ser ferido para transformá-lo no Robocop, o primeiro "drone humano".
A nova versão traz um lado mais humano e realista, com debate sobre o avanço da ciência, interesses governamentais e de grandes empresas, além da influência da mídia, com Samuel L. Jackson vivendo o apresentador de TV sensacionalista Pat Novak. "O filme tem um eixo político e um eixo existencial", argumenta Padilha.
Para quem se surpreendeu com "Tropa", a expectativa é grande na primeira tacada internacional do diretor.