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Capa, espada e beleza nas telas

Luiz Carlos Merten
28 out 2005 às 17:25

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Antonio Banderas e Catherine Zeta-Jones: ‘‘É tolice fazer leitura política de ‘A Lenda do Zorro’’, avisa a atriz - Divulgação
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Los Angeles - Por aquela porta já entrou Antonio Banderas, que fez duas confissões ao repórter da Agência Estado, ambas ligadas ao mesmo tema - sua idade.

Banderas desistiu de interpretar Ayrton Senna. ''Não dá mais. Ele morreu com 35 anos, eu estou com 45. Minha mulher (Melanie Griffith) e meu agente me convenceram de que meu tempo passou parar recriar a vida dele.''

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A outra confissão refere-se ao próprio filme que levou o repórter a Los Angeles para entrevistar Banderas e Catherine Zeta-Jones.''Passaram-se sete anos desde A Máscara do Zorro (que, a propósito está sendo lançado em DVD, numa edição de luxo, repleta de extras). Estou ficando muito velho para toda essa movimentação. Nunca me cansei tanto numa filmagem'', ele conta, referindo-se a ''A Lenda do Zorro'', dirigido por Martin Campbell, que chega às telas de todo o Brasil.

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Se houver o Zorro 3, Banderas acredita que estará fora. ''Podemos contar a história do meu filho ou a pré-história do meu personagem'', diz.

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E, aí, Catherine Zeta-Jones entra pela mesma porta, numa suíte do Hotel Four Seasons, em Beverly Hills. Cazuza dizia que o tempo não pára. Bem, para ela parou. Há seis anos, o repórter entrevistou Catherine pela primeira vez, numa villa em Cannes, quando ''Armadilha'' passou fora de concurso no maior festival de cinema do mundo.


Catherine está ainda mais bela, mais exuberante. Você é capaz de jurar que o adjetivo ''deslumbrante'' foi criado para ela. E Catherine está de excelente humor. Explica que ''A Lenda de Zorro'' foi muito gostoso de fazer. Espera que faça sucesso e dê origem a um terceiro filme. Só espera que não demore tanto. ''Se tiver de esperar mais sete anos, vou terminar interpretando a mãe de minha personagem original.'' Abaixo, a entrevista com Catherine.

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Por que o segundo Zorro demorou tanto para sair?


Catherine Zeta-Jones - Foi uma conjunção de vários fatores. Foi difícil achar uma história com a qual todo mundo estivesse de acordo e, como queríamos fazer os três, Martin (o diretor Martin Campbell), Antonio (Banderas) e eu, foi mais difícil ainda conciliar as agendas. Mas deu tudo certo e aqui estamos.

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Sua personagem é muito dinâmica no filme.


Ah, sim. Não faria mais sentido criar uma heroína tradicional, a mocinha dos antigos filmes de Zorro. Estamos fazendo a ''Lenda'' para platéias do século 21, quando a mulher dispõe de outro status na sociedade. E eu gosto da movimentação física. Adorei dançar em Chicago, adorei fazer aquelas cenas do assalto em ''Armadilha''. Aqui, pulo, me penduro em paredes, participo de duelos. Foi divertido.

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O segundo filme é mais político do que o primeiro. Na ''Máscara'', o herói lutava contra a opressão. Agora, luta para que a Califórnia seja integrada aos EUA e contra um vilão que é francês e terrorista. Você não acha que ''A Lenda do Zorro'' corre o risco de ser chamado de reacionário?


Mas isso é coisa de jornalista (ri). Na França, quando fomos promover o filme, queriam nos matar justamente por isso. Por que um vilão francês e terrorista? Acho tolice fazer leituras políticas de filmes como esse. É só diversão. Pelo amor de Deus, homem, divirta-se.

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O tempo passa, você está cada vez mais exuberante. Como vai o casamento (com Michael Douglas)? Você não gosta muito de falar sobre isso, não?


Defendo a minha privacidade, mas, como Michael é uma figura pública ainda mais conhecida que eu, é difícil fugir ao assunto. Vamos bem, sim.

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Existe alguma coisa que a incomode no contato com a imprensa?


Só não gosto muito quando dizem que, pelo meu casamento, entrei para a aristocracia de Hollywood (o marido, Michael Douglas; o sogro, o grande Kirk Douglas). Sinto-me uma usurpadora. Posso garantir que continuo plebéia.


Qual é seu segredo de beleza?


Nada como umas boas horas de sono. Gosto muito de dormir. Se pudesse, viveria na cama. Dez horas de sono, por dia, são o meu ideal. (Para outro grupo de jornalistas, ela deu uma resposta diferente, conforme apurou a Agência Estado. Disse a uma jornalista - ''Querida, você viu a equipe de maquiadores que me preparou para estar aqui com vocês? Com eles, não há mulher que não fique maravilhosa.'')


É verdade que você vai interpretar Lana Turner? Mas ela era loira...


E eu vou ficar uma loira muito interessante, você vai ver. Os testes com o cabelo ficaram ótimos. A personagem é maravilhosa. Lana foi uma rainha do melodrama cuja vida foi uma tragédia. (Sua filha matou o gângster que era amante da mãe com uma facada.)


É papel para Oscar? (Catherine já ganhou o de coadjuvante por ''Chicago''.)


É papel para um bom filme, espero.

O repórter viajou a convite da distribuidora Columbia.


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