Estreias

'Batman Begins' promete ser mais realista

13 jun 2005 às 08:55

Curitiba - Nada de vilões multicoloridos em uma Gotham City psicodélica. Os chefões da Warner Bros. finalmente caíram em si depois do fracasso de ''Batman Forever'' e ''Batman & Robin'' e resolveram prestar um pouco de atenção no personagem e nos fãs para resolver como introduziriam o heróis mais conhecido dos quadrinhos em todo o mundo à platéia do século XXI.

E escolheram a melhor alternativa: uma narrativa mais realista e baseada na complexidade psicológica do Cavaleiro das Trevas. Isso é o que propõe ''Batman Begins'', de Christopher Nolan, em cartaz nos cinemas brasileiros a partir de 17 de junho.


Os novos rumos são resultado de toda a fúria de fãs e leitores com as péssimas duas últimas adaptações para o cinema, dirigidas por Joel Schumacher. Aliado a isso, os bons projetos com ''Batman Animated'' e ''Justice League Animated'', além da boa receptividade de filmes como ''X-Men'' e ''Homem-Aranha'', que também buscam um tom mais ''real'', empolgaram os executivos.


Até mesmo um fan-film (filme feito por fãs) chamado ''Dead End'', que corre solto pela Internet, foi considerado por muitos a versão que todos queriam ver de Batman nas telonas e a produção independente chegou a ser avaliada pela alta cúpula da Warner (que pediu para impedir a veiculação do mesmo).


Inicialmente, a empresa queria ver o encontro de seus dois maiores ícones, Batman e Superman, como um remake de ''Cavaleiro das Trevas'', no cinema. Mas alguém bastante sensato na Warner sugeriu que, inicialmente, ambos precisavam ser renovados em Holywood, o que já vem acontecendo com o Homem de Aço no seriado ''SmallVille''.


Outra coisa seria acabar, nas telonas, com um vício bastante comum com os personagens criados na chamada ''Era de Ouro'' dos quadrinhos, entre as décadas de 30 e 50. O maior dos heróis gerados nesse período, o Superman, faz referência a Jesus Cristo, um homem com poder para mudar o mundo, e também segue história parecida com relatos que saltam da adolescência para a vida adulta, suprimindo boa parte da juventude.


Assim, os produtores querem contar essa transição de passagem da adolescência para a vida adulta no cinema, para também dar uma base real para os heróis, principalmente ao Batman, que não tem superpoderes. Suas maiores armas são sua astúcia, capacidade de dedução e o corpo treinado ao limite de um ser humano. Por outro lado, Bruce Wayne é atormentado, angustiado, obsessivo e só consegue amenizar a dor da perda de seus pais combatendo o crime.


É exatamente assim que Christian Bale, escolhido para viver a dualidade do personagem pelo ótimo desempenho no papel de dupla personalidade de um assassino serial em ''Psicopata Americano'', vê o Cavaleiro das Trevas. Na trama, Bruce Wayne, depois de perder os pais, viaja para a Ásia, onde encontra um mentor, Henri Ducard (Liam Neeson), que pode ajudá-lo a crescer fisica e espiritualmente.


Após exaustivo treinamento, Wayne se fortalece e chama a atenção de um clã de guerreiros liderados pelo misterioso Ra's al Ghul (Ken Watanabe). No retorno para sua cidade natal, ele encontra uma Gotham City assolada pela corrupação, que chega até mesmo às indústrias de sua família.


Auxiliado pelo mordomo Alfred (Michael Caine) e Lucius Fox (Morgan Freeman), empregado de seu pai, Wayne busca arsenal tecnológico e o une à sua nova condição para combater o crime através do medo que impõe com a figura de Batman.


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