Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Crime parou a cidade

Documentário que conta a história do assalto ao Banestado em Londrina é liberado no YouTube

Redação Bonde com N.Com
18 out 2023 às 19:03

Compartilhar notícia

- Divulgação
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

O documentário “Isto (não) é um assalto”, da produtora londrinense Kinopus, foi disponibilizado integralmente e de forma gratuita para acesso do público no YouTube. Lançado em 2018, o filme contou com patrocínio da Prefeitura de Londrina para a sua realização, por meio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic).


Dirigido pelo cineasta Rodrigo Grota, o longa de 1h40 de duração conta a história do assalto ao Banestado, crime que parou Londrina em 10 de dezembro de 1987. Na ocasião, sete criminosos invadiram a agência do banco, que ficava no Calçadão, fizeram cerca de 300 reféns durante sete horas e exigiram um resgate no valor de 30 milhões de cruzados. O assalto recebeu ampla cobertura de diversos veículos de imprensa, e mais de 5 mil pessoas acompanharam o desenrolar dos acontecimentos no entorno do Banestado.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


O diretor Rodrigo Grota contou que ouviu falar da história pela primeira vez na década de 1990, quando cursava jornalismo na Universidade Estadual de Londrina (UEL) e conheceu o jornalista Paulo Ubiratan. Ubiratan, que havia feito a cobertura jornalística do incidente, acabou sendo levado para o interior da agência bancária pelos criminosos, e fez a intermediação de suas demandas junto à polícia.

Leia mais:

Imagem de destaque
Entenda

Como a Netflix, sem remakes, tenta driblar a concorrência com histórias locais

Imagem de destaque
Criador

HBO anuncia filme de Game of Thrones com participação de George R.R. Martin

Selton Mello e Fernanda Torres estrelam novo filme de Walter Salles
Chance de Oscar

'Ainda Estou Aqui' está nos cinemas de Londrina; veja a programação

Imagem de destaque
Indicação de melhor atriz

Filme já é importante sem o Oscar, diz Fernanda Torres sobre 'Ainda Estou Aqui'


Conforme Grota, esse crime foi um acontecimento que marcou a história de Londrina, justamente na data em que a cidade comemorava o seu aniversário de 53 anos. “Até aquele momento, Londrina ainda era uma cidade bem interiorana, tranquila, que nunca tinha passado por um crime daquelas dimensões, tanto que o banco só tinha um vigia e ele não estava armado. O assalto ao Banestado foi uma transição para a cidade, mostrando que Londrina estava começando a enfrentar os problemas de uma metrópole. Um fato curioso é que cinco dos sete assaltantes nunca tinham participado de um assalto antes, eram ‘amadores’”, comentou.

Publicidade


O cineasta frisou que o incidente também estava alinhado às mudanças sociais e políticas que o Brasil atravessava na época.


“Foi uma síntese do Brasil pós-ditadura, tanto que a princípio as pessoas acharam que os assaltantes fossem guerrilheiros que se opunham ao governo. Naquela época, havia uma grande descrença no sistema bancário e no sistema político, e as pessoas queriam votar, depois de décadas sem eleições presidenciais. Os bandidos se aproveitaram desse clima instável e começaram a enviar bilhetes para fora do banco, insinuando que eram heróis populares, e que estavam combatendo o sistema, e várias pessoas acabaram acreditando”, disse.

Publicidade


ASSISTA AQUI:

PRODUÇÃO

Publicidade

Inicialmente, Grota havia pensado em produzir um filme de ficção baseado na história, mas acabou mudando de planos ao perceber que isso demandaria um volume muito grande de recursos.


O documentário foi produzido entre 2016 e 2018 e, para fazê-lo, a equipe responsável realizou entrevistas com 50 pessoas que haviam estado envolvidas de alguma forma no incidente, incluindo reféns, um dos criminosos, policiais, jornalistas e populares que testemunharam a situação. Com o objetivo de encontrar esses indivíduos, a produção veiculou uma campanha pedindo o auxílio da população nas mídias sociais, jornais e programas de rádio e TV.

Publicidade


Além disso, a produção do longa contou com o importante apoio de organizações jornalísticas como a Folha de Londrina e a Rede Paranaense de Comunicação (RPC), que forneceram reportagens da época, fotos e imagens de arquivo. O documentário inclui, ainda, depoimentos de historiadores que traçam um panorama do contexto histórico relacionado ao incidente.


“Nós procuramos construir um mosaico complexo, com diversas perspectivas e pontos de vista, e inclusive alguns dos depoimentos se contrapõem. Inclusive, um dos grandes desafios que enfrentamos foi a montagem do filme, pois havia muitas pessoas contando diversas versões dos fatos”, disse Grota.

Publicidade


“Isto (não) é um assalto” ficou três semanas em cartaz, sendo exibido em cinemas de Londrina, Curitiba e Ponta Grossa. Segundo o diretor, o filme teve cerca de 1.500 espectadores, o que é um bom número considerando o fato de ser um documentário e levando em conta que não havia recursos para fazer a divulgação da obra.


“Poucos documentários brasileiros conseguem mais de mil espectadores, e nós alcançamos esse número divulgando só de forma boca a boca. As pessoas que assistiram ao filme elogiaram bastante, e disseram que foi muito bacana ver uma história que aconteceu em Londrina na tela grande”, salientou Grota.


O cineasta explicou que foi possível disponibilizar o filme no YouTube, para visualização gratuita e na íntegra, através da parceria com a plataforma de streaming Looke, para quem a obra foi licenciada.


“O filme foi colocado no canal Tela Nacional, que pertence à plataforma Looke. Para nós, que fizemos o documentário utilizando recursos públicos, através do Promic, era muito importante dar um retorno à população londrinense, que foi quem financiou o longa. Por isso, estamos muito felizes que as pessoas possam assistir ao filme gratuitamente, e conhecer um pouco mais sobre esse caso que marcou a história de Londrina”, concluiu Grota.

Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo