Sérgio Silva estava doente, com câncer. Seu estado de saúde agravou-se e nesta quarta-feira morreu em casa, aos 66 anos, em Porto Alegre. Sua morte ocorreu em plena realização do Festival de Gramado. Silva recebeu o prêmio de roteiro no evento, em 2009.
Atores seus foram premiados com o Kikito e, na última segunda-feira, a Mostra Gaúcha de Gramado lhe prestou uma homenagem. O troféu honorário foi recebido pelo jornalista e crítico Roger Lerina. Além do cinema, era homem de teatro, um professor respeitado. Apesar de sua importância, a terceira edição, revista e aumentada, da Enciclopédia do Cinema Brasileiro o ignora.
Quando o repórter de O Estado de S.Paulo elogiou o longa Anahy de las Misiones, ainda na fase de retomada do cinema brasileiro - em 1997 -, houve quem pensasse (e até dissesse) que era solidariedade de gaúchos. Há um cinema urbano feito no Rio Grande - pela Casa de Cinema de Porto Alegre e seu arauto, Jorge Furtado - que ganhou o Brasil. Jorge passou pela escola da Globo, como roteirista e realizador. O longa de Sérgio Silva era um épico na tradição do cinema de bombacha, escavando na memória das guerras que forjaram o ímpeto guerreiro do gaúcho.
Sérgio Silva fez 21 filmes, de diferentes formatos e bitolas. Formado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), lecionou literatura e língua portuguesa no Colégio Israelita Brasileiro de Porto Alegre e por 32 anos foi professor de disciplinas teóricas de dramaturgia no Departamento de Arte Dramática da UFRGS. Foi ator, produtor e cenógrafo, e também exerceu a crítica de cinema.