Bastidores

Lima Duarte é tema de mostra de cinema em SP

28 jul 2009 às 12:47

Zeca Diabo, Sinhozinho Malta, Salviano Lisboa - é grande a lista de personagens antológicos criados pelo ator Lima Duarte para as novelas de televisão. Em todas, o processo de criação foi basicamente o mesmo, iniciado com uma pesquisa psicológica de cada tipo. "Depois, é descobrir algum bordão ou gesto característico que caia no gosto do público e acionar o piloto automático", comenta ele que, apesar de sempre buscar a melhor interpretação para cada folhetim televisivo, acredita que o trabalho mais aprofundado só encontra espaço no cinema. "É nos filmes que consigo captar o lado mais obscuro de cada personagem."

A observação poderá ser comprovada a partir de hoje, quando começa a mostra 'Lima Duarte: Profissão Ator', evento com a curadoria de Amilton Pinheiro e que vai ocupar o Centro Cultural Banco do Brasil até o dia 16 de agosto, período em que serão exibidos todos os seus 32 filmes realizados em 60 anos de carreira. E, para celebrar a data, haverá também sessões de debates realizadas durante três quartas-feiras consecutivas, começando amanhã com a presença do crítico de cinema Leon Cakoff. Nas semanas seguintes, o encontro vai reunir o ator com os cineastas Hermano Penna e Paulo Morelli (dia 5), e Alain Fresnot e Nuno Cesar Abreu (dia 12).

Trata-se da homenagem a um ator que confere densidade e universalidade a cada papel escolhido. Não apenas pelo domínio da técnica representativa, mas pela profunda investigação que promove no início de um novo processo. "Toda interpretação deve ser psicológica", acredita Lima, experiente aos 79 anos. "A beleza está no espírito, na alma do povo. É a partir dessa descoberta que se entende como o personagem se veste, como deve andar e falar." Hoje acontece a cerimônia de abertura e exibição do filme 'O Preço da Paz', de Paulo Morelli. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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