O curta-metragem Eu Não Quero Voltar Sozinho foi proibido de ser exibido no Acre após pressão de líderes religiosos. O filme - integrante do projeto Cine Educação, que leva o cinema às salas de aula - chegou a ser projetado para alguns alunos da escola Armando Nogueira, de Rio Branco, capital do estado.
Quando os religiosos souberam da temática da obra - um garoto cego que se apaixona por um colega de escola -, as autoridades locais foram pressionadas e acabaram a retirando do programa educativo. Além disto, o próprio projeto Cine Educação, mantido pela Cinemateca Brasileira em parceria com diversos governos estaduais, foi suspenso no Acre.
O diretor Daniel Ribeiro e a produtora Diana Almeida, em comunicado divulgado à imprensa e publicado pelo site Cineclick, questionam a decisão. Segundo eles, ''de forma arbitrária, em uma república federativa cuja Constituição atesta um Estado laico, a sociedade está sendo privada de promover debates. Como pretendemos que adolescentes consigam respeitar a diversidade e formem-se cidadãos lúcidos, pensantes e ativos se informação, arte e cultura (sem qualquer caráter doutrinário) lhes são negadas?".
Eu Não Quero Voltar Sozinho ganhou o prêmio de Melhor Filme, pelo júri e pelo público, no Festival de Paulínia em 2010.