A estrela de Angelina Jolie brilhou mais uma vez nesta semana quando conseguiu uma certa proeza com In the Land of Blood and Honey. Isso porque o seu primeiro filme na direção (ficção) silenciou boa parte daqueles que estavam contra desde o início.
Vítimas da guerra da Bósnia (1992-1995) chegaram a atrapalhar as filmagens, obrigando Jolie a rodar quase tudo na vizinha Hungria. Em 2010, por exemplo, um ministro bósnio chegou a cancelar as licenças alegando falta de documentos, depois que algumas mulheres foram contra detalhes do roteiro que, segundo elas, tratava do amor entre um estuprador e sua vítima.
Outras que foram abusadas sexualmente escreveram para a agência de refugiados da ONU, contestando o título de embaixatriz do lto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e afirmando que ela não sabia o suficiente sobre o conflito.
Agora, após uma sessão exclusiva para dezenas de pessoas das associações das vítimas, na noite de quinta-feira, em Saravejo, o resultado não poderia ter sido melhor.
Murat Tahirovic, presidente da associação para os detidos (durante o período de guerra), que se destacava entre os que eram contra, falou para a televisão estatal que todos deveriam assistir ao filme. "Ela fez um filme fantástico para a Bósnia e Herzegóvina. Eu posso, realmente, dizer isso do ponto de vista da vítima", contou.
Sadzida Hadzic, da associação de Mulheres-Vítimas da Guerra, afirmou estar satisfeita com o retrato da guerra. "Duas horas de filme não são suficientes para mostrar (todos os horrores da guerra), mas eu acho que Angelina conseguiu fazer isso", disse.
O drama conta sobre o amor entre um sérvio e uma muçulmana antes do conflito, e o reencontro deles em posições totalmente diferentes: ele como um oficial do Exército e ela como sua prisioneira.