O outono londrinense favorece o cultivo de muitas qualidades de plantas, aponta o professor do departamento de Biologia Animal e Vegetal da UEL (Universidade Estadual de Londrina), Cristiano Medri. Porém, alguns cuidados são necessários para adequar as vegetações ao clima atual.
Segundo o biólogo, o ciclo vegetal é interligado às estações anuais. Durante a primavera e o verão, as plantas têm um maior crescimento, florescem, frutificam e produzem sementes. Nessas épocas, os níveis de temperatura e umidade são vantajosos, e os animais polinizadores estão disponíveis. Já no outono e inverno, as espécies encerram os ciclos produtivos, desaceleram o metabolismo e a reprodução celular.
O pesquisador alerta que os esforços anteriores, fundamentais no calor regional, devem ser reduzidos agora. Como os termômetros e a evaporação caem, se não diminuir a frequência de regas, o solo permanece encharcado, o que afeta a saúde das plantas. A adubação não é mais tão primordial, pois o cultivo está repousando. "Estamos em um período de menos cuidados, onde permitimos que a natureza atue lentamente”, complementa Medri.
Ao representar o outono, ilustradores retratam folhas deixando as árvores. Conforme o especialista, tal fenômeno é uma reação natural às condições ambientais. As folhagens consomem muita água das plantas, então, se o clima estiver seco, a desintegração reduz o déficit hídrico das plantações. Isso também é uma forma de proteção perante à exposição climática.
No entanto, Medri oferece dicas para o cultivo em período dormente. A poda do jardim é indicada especialmente nos meses mais frescos do ano. Além disso, é possível usar o material vegetal que sobrou dessa aparagem para adubar o solo. As folhas caídas também são perfeitos fertilizantes.
Espécies
Para a confecção dos vasos, Emanuel Silva usa bambu e embalagens reaproveitadas
O graduando em Medicina Veterinária, Emanuel Silva, 23, iniciou a cultura de suculentas, cactos, e plantas ornamentais em 2019. Desde janeiro de 2021, ele comercializa essas variedades através de uma página no Instagram (@plantasdomanu), entregando as encomendas por bicicleta. O jovem empreendedor reside em Cambé, na região Metropolitana de Londrina.
Para o amante da botânica, os cuidados que o outono exige são complexos. Os seus vasos precisam estar sempre cobertos com matéria orgânica e equipados com barreiras que evitam os ventos fortes. Sua produção fica estrategicamente posicionada para receber a quantidade necessária de luz solar.
Mesmo com as medidas demandadas pela atual estação, o período instável que o norte paranaense enfrentou nos últimos dias foi ainda pior para os jardineiros. Silva ressalta que as sequentes chuvas de verão prejudicaram o ciclo de suas espécies devido à alta intensidade. Os temporais danificaram as folhagens e atraíram lesmas que consumiam os produtos. "Para as cactáceas, uma chuva veraneia por semana, acompanhada de sol intenso, é o clima ideal. A recente umidade alta me acarretou um prejuízo enorme”, desabafa o estudante.
Cristiano Medri tranquiliza os entusiastas de muitos gêneros vegetais. Para o professor, nossa região não tem grandes limitações climáticas para a jardinagem. Mas ele indica qualidades que progridem em Londrina durante o outono: "Orquídeas, bromélias, samambaias, antúrios, e plantas tropicais são espécies indicadas. Além delas, os tipos temperados como azaléias, rosas e lírios também se desenvolvem bem na região.
*Sob supervisão de Larissa Ayumi Sato.