Ter um espaço verde dentro de casa é desfrutar daquele cantinho de tranquilidade e contato com a natureza que muitos sentem falta. Afinal, criar um jardim vai muito além da prática de um hobby isolado ou um item a mais na decoração: o ato de cultivar faz bem e pode ser considerado uma forma de terapia. Em vista disso, os paisagistas Catê Poli e João Jadão, comprovam que espaços sem terra e parcialmente iluminados podem sim se ganhar um jardim ‘para chamar de seu’.
Os primeiros passos para montar um jardim com vasos e floreiras
De acordo com profissionais, uma área verde pode ser composta em ambientes de todos os tipos e tamanhos. Para tanto, o primeiro passo elencado por eles é a observância do local para definir se o jardim será vertical ou horizontal. Em varandas de apartamentos, vasos e as floreiras, também conhecidas como jardineiras, desempenham muito bem o papel de suprir o espaço e as condições para o crescimento.
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A próxima etapa consiste em pesquisar as espécies de acordo com as características do espaço. “O ambiente é bem ventilado? Conta com luz natural abundante ou parcial? Essas são questões básicas que nos auxiliam na definição das plantas que melhor se desenvolverão na área onde o jardim será elaborado”, relaciona Jadão.
Vasos ou floreiras?
No que diz respeito ao recipiente que as abrigará, os paisagistas detalham que não há uma regra determinante, mas que a escolha acompanha as características de crescimento das plantas. As dimensões de um vaso devem comportar, por exemplo, o tipo de raiz. “As mais profundas demandam recipientes maiores”, enfatiza Poli, que exemplifica as palmeiras e arbustos do tipo limoeiro e jabuticaba como espécies com raízes mais profundas. Por outro lado, as floreiras são indicadas para folhagens como samambaias, cactos e peperômias, além de cercas vivas como azaléia, camélia e pingo-de-ouro.
Pensando nas características, o vaso é geralmente mais arredondado ou quadrado, apresentando largura e alturas proporcionais. O mercado de paisagismo também conta com as ‘bacias’, tipologia de vasos mais baixos. Outra alternativa é trabalhar com as floreiras, conhecidas por seu formato mais retangular, que se assemelha a um paralelepípedo.
O paisagista João Jadão compartilha suas orientações sobre a peça ideal: “o vaso perfeito é aquele que comporta o formato, tamanho e dimensões das raízes da planta e que também caiba no bolso do morador, pois hoje em dia o mercado oferece uma ampla variedade de acabamentos e materiais que podem custar desde R$ 40 até 30 mil reais. A aparência depende do investimento que será feito”, explica.
Upcycling
Para inspirar quem deseja cultivar um jardim, Poli e Jadão incentivam a ideia do reaproveitamento de materiais como estratégia para incentivar uma consciência sustentável. A tendência do upcycling se traduz como técnica que vem ganhando cada vez mais espaço no paisagismo e no décor, provendo um novo ciclo de vida para peças, a priori, descartadas e sem uso. “Com uma simples reforma e uma dose de criatividade, podemos ressignificar algo que foi deixado de lado em um novo objeto”, ensina Poli.
Hora de colocar a mão na terra
Para o plantio, antes da de inserir a terra é necessário fazer a drenagem com argila ou pedra brita. Na sequência, uma manta de bidim é posta ao fundo com a finalidade de drenar e atuar como uma espécie de filtro. Só então que o vaso ou floreira estará apto para receber uma camada de terra adubada, vegetal ou substrato até completar a altura.
Os paisagistas advertem sobre a importância de não ultrapassar o nível da terra em uma muda de planta, pois corre-se o risco de afogamento da espécie. Com essas recomendações principais, os profissionais estimulam a todos o cultivo de jardins nas residências, pois além de fazer o bem ao morador, o impacto também será percebido no âmbito macro de nossos bairros, cidades e o planeta.