A utilização dos sprinklers é indispensável para a proteção humana e material, em caso de incêndios, já que os dispositivos são capazes de controlar as chamas até a chegada do corpo de bombeiros, inibir a formação de fumaça tóxica, permitir uma evacuação da área de forma mais segura, além de apagar o fogo, em caso de pequenos focos. Mas, tão importante quanto sua instalação, é preciso também possuir uma rotina de cuidados e manutenção nas bombas de incêndio, garantindo assim seu correto funcionamento numa eventual emergência.
Neste sentido, a NFPA25 é a Norma para inspeção, Testes e Manutenção de Sistemas de Proteção contra Incêndio à Base de Água que guia os procedimentos realizados em bombas de incêndio. Nela, é possível encontrar todas as inspeções necessárias para as casas de bombas, além das respectivas orientações sobre manutenções. Cada bomba pode ter diferentes recomendações, por isso a norma também inclui as indicações de cada fabricante.
Após seguir as recomendações da norma para o seu tipo de bomba, os testes semanais devem sempre ser realizados sem vazão, ou seja, nenhuma válvula do sistema vai ser aberta para descarregamento de água. É como se o sistema entrasse em manutenção, pressurizando toda a rede. Esse teste é realizado por um período de 30 minutos para as bombas a diesel, e por 10 minutos para as bombas elétricas. Podemos fazer uma alusão das bombas com os carros que ficam parados durante a pandemia, por exemplo. Não ligarmos os veículos de vez enquanto e deixá-los por muito tempo parado pode danificar o motor e peças, fazendo que ocorra o mal funcionamento quando for necessário usá-lo. É muito importante realizar os testes semanais para avaliar a atuação automática das bombas e verificar as inconsistências de funcionamento.
É preciso dar uma atenção especial para os equipamentos movidos a diesel. O óleo diesel no Brasil não possui o enxofre, para evitar a poluição, e no lugar foi incluído o bio-diesel, o que influenciou o aparecimento de bactérias e impurezas que danificam o motor. No teste semanal, o motor passa o combustível por uma bomba de filtragem, o que deixa o diesel mais limpo. Assim, o teste também evita o acumulo de impurezas, que pode acarretar na danificação do produto.
Quando falamos em teste, podemos até pensar em desperdício, no entanto, o uso de água no teste é usado apenas para resfriar a bomba, o uso é bem pequeno. O teste semanal não necessita de vazão, no entanto, o teste de performance sim. Este, é deve ser realizado uma vez ao ano.
Testes em Shutoff (sem vazão)
A instalação da bomba, quando bem feita, é projetada de forma que já suporte uma pressão acima da pressão de Shutoff, ou seja, as pressões máximas do sistema. Toda rede hidráulica já está pressurizada bem próxima ou igual ao de Shutoff.
Toda bomba com radiador tem uma válvula de recirculação de alivio, que fica no recalque da bomba, e se abre quando está próxima a pressão de Shutoff. Dessa forma, não está trabalhando na vazão zero, ela possui uma recirculação que evita o aquecimento e danos ao equipamento.
Nas bombas com o trocador de calor, temos uma tubulação que sai do recalque e vai até a entrada do trocador, o que evita que água aqueça dentro do equipamento. Não existe motivo para que o usuário tenha receito de testar as bombas na condição de shutoff. As bombas são testadas em fábricas com uma pressão muito maior que a utilizada.
É fato que, muitas vezes, as válvulas podem causar dúvidas quando falamos de pressão, como, por exemplo, a válvula de alivio, que não determina se podemos ou não fazer o teste. Ela é colocada no recalque da bomba, apenas quando se tem motores diesel. Esta peça não tem nada a ver com testes, e sim com uma possível sobre velocidade do motor diesel, que por sua vez, tem componentes mecânicos. Caso emperrem, ela alivia a carga do motor e pode aumentar a pressão na rede até o ponto de romper. Se o seu sistema suporta a pressão de 20% a mais que a pressão de registro fechado, não é necessário a utilização desta válvula.