Elemento construtivo cada vez mais adotado para a execução de paredes e forros, o drywall ganhou espaço nos projetos brasileiros devido à sua versatilidade, vantagens e as inúmeras possibilidades que oferece. A experiente arquiteta Cristiane Schiavoni, do escritório Cristiane Schiavoni Arquitetura e Interiores, enfatiza seu apreço pelo sistema que assegura resultados de excelência em suas obras.
Mas antes de aprofundar no tema, vale destacar o conceito do drywall. Em linhas gerais, a tradução literal, que significa ‘parede seca’, se consiste em um sistema construtivo executado por meio do aparafusamento de chapas de gesso, produzidas industrialmente, em perfis de aço galvanizado. Seguindo a metodologia e as indicações de performance indicadas pelos fabricantes, a ideia geral se aplica tanto para a construção de paredes, como também para forros, por meio de mão-de-obra especializada.
"Além do resultado, gosto muito de uma outra importante vantagem: a leveza do sistema, na comparação com o peso da alvenaria, que diminui consideravelmente o impacto na estrutura. Em uma reforma, posso mudar a planta sem riscos. E em um projeto novo, considerar o drywall para as paredes nos possibilita economizar na estrutura da fundação”, explica a arquiteta.
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Um sistema com muitos benefícios
Rapidez e facilidade para instalar e deixar tudo pronto estão entre os pontos positivos garantidos pelo drywall. No entanto, Cristiane vai mais além e destaca outra questão prática e bastante benéfica para a uma obra: a possibilidade de ‘esconder’ toda a infraestrutura.
Sim, dentro das paredes ‘ocas’ – já que os perfis de aço galvanizado respeitam um distanciamento pré-determinado em função do pé-direito, garantindo assim a performance de segurança do drywall –, a arquiteta consegue prever e executar com facilidade as instalações de elétrica e hidráulica sem o quebra-quebra bastante característico da alvenaria.
"Seja de tijolo ou bloco de concreto, depois de levantar a parede é necessário ‘rasgá-la’ para a passagem das instalações. Com o sistema de chapas de gesso eu não preciso de nada disso e ainda consigo visualizar facilmente tudo que foi incluído na parede. Benéfico tanto para o momento da obra, como em um eventual reparo que pode acontecer na vida útil do imóvel”, ressalta.
O mesmo raciocínio prevalece para o rebaixo de forros, que pode receber a elétrica calculada para a iluminação, a tubulação do banheiro e o ar condicionado.
2. Posso realmente confiar no drywall?
A arquiteta conta que já ouviu essa pergunta de muitos clientes. Como a alvenaria está arraigada na cultura construtiva brasileira, passando uma ideia solidez, segurança e bem-estar, ela avalia como normal e recorrente esse tipo de dúvida.
Com esses questionamentos, Cristiane responde que as paredes em drywall oferecem performance igual ou superior ao sistema tradicional nos quesitos segurança e conforto térmico e acústico. Seguindo o manual de especificação, a parede com uma chapa de cada lado é proporcional às características da alvenaria.
Todavia, a depender da demanda do projeto, ainda é possível acrescentar lã de vidro ou de rocha para ampliar o desempenho da acústica. "Se no projeto o cliente precisar de um ambiente mais protegido, como um ambiente onde ele quer ouvir música ou mesmo tocar instrumento, o sistema drywall nos permite projetar de acordo com as necessidades”, destaca.
3. Parede de gesso também nas áreas molhadas?
"Totalmente!”, responde Cristiane. Para ambientes como cozinha, banheiro e área de serviço, as empresas fabricantes oferecem a chapa verde, indicando que a composição do gesso traz componentes que protegem a matéria prima de problemas com umidade. Além da chapa RU (resistente à umidade), o processo de instalação prevê a impermeabilização no rodapé para evitar quaisquer problemas relacionados à lavagem desses cômodos.
Além disso, recebe tranquilamente o assentamento dos revestimentos e a fixação de peças como bancadas de banheiro. "Para tanto, uma chapa de aço galvanizado é fixada dentro dessa parede para reforçar”, explica.
4. Criatividade e mil e uma soluções:
Além de paredes e forros, o sistema permite a execução de detalhes exclusivos nos projetos. Confira alguns exemplos realizados pela arquiteta:
Cozinha de chef:
Neste projeto, Cristiane Schiavoni lançou mão do drywall para criar o pórtico para a instalação dos móveis, eletrodomésticos e iluminação.
Rebaixo do teto e iluminação:
Além da estética trazida para a sala de estar, o rebaixo do teto com drywall foi primordial para o projeto de iluminação, além de esconder as vigas estruturais do prédio.
Home theater com lareira
Na parede que recebe o home theater e a lareira ecológica, o drywall recebeu lã de rocha para proteger os equipamentos eletrônicos contra um possível aquecimento.
Esconder o ar condicionado
O drywall escondeu não apenas a infraestrutura, como também o aparelho de ar-condicionado, deixando apenas as paletas para a saída da ventilação.
Mágica para desaparecer os fios do home theater
O drywall entrou em cena para esconder toda a fiação de áudio e vídeo, eliminando a necessidade de um rack para os eletrônicos ao lado da TV. No teto, foram instaladas caixas de som que atendem toda a área social.
Rasgos de iluminação na parede
A parede onde está instalado o pequeno espelho foi executada com drywall, permitindo a iluminação de um jeito especial na suíte do projeto.
Efeito decorativo
Nesta sala, o drywall foi utilizado como elemento decorativo. O projeto realizado por Cristiane Schiavoni concebeu nichos criados com a estrutura do sistema.
Soluções sob medida
Neste quarto supermoderno, o drywall escondeu a infraestrutura e fez parte do desenho do mobiliário – a bancada e a coluna foram produzidas no material e ainda escondem a tubulação do prédio.
Drywall com efeito marcenaria
O drywall é versátil e permite trabalhar quase como uma marcenaria. Nesse quarto de bebê, o sistema faz as vezes de divisória.