Decoração

Saiba como ressignificar o uso de peças antigas na decoração

10 fev 2022 às 19:30

Hoje em dia, uma decoração bastante procurada é a reunião de diferentes estilos. Nesse conceito muitas pessoas gostam de misturar o antigo com o moderno no décor de interiores. A arquiteta Giselle Macedo e a designer de interiores Patrícia Colovo do escritório Macedo e Covolo, explicam que o móvel não perde seu valor e qualidade conforme o tempo passa, então não precisa ser jogado fora apenas por ser antigo.

 

“Como em todos os projetos, tudo deve emanar um equilíbrio. A mistura entre esses objetos antigos com o atual deve sempre revelar harmonia visual”, detalha Colovo. Segundo ela, essa estratégia permite que, tempos à frente, uma renovação possa ser realizada com facilidade.

 

Segundo a dupla do Macedo e Covolo, entender o desejo dos moradores é primordial para o sucesso de um projeto. Elas participaram da construção de uma residência localizada em Campos do Jordão e acompanharam de perto a aquisição das peças antigas, de forma que a renovação da casa, ao final, expressasse as características dos moradores.

 

Assim como nessa construção, é muito comum que os proprietários apresentem peças que exalam significado e valor sentimental. Por aqui, as profissionais se depararam com uma família apreciadora da arte, história e da música. Nessas situações, o caminho indicado é o mesmo: equilíbrio e concordância. 


“No tocante aos móveis, nossa sensibilidade e percepção no décor de interiores nos faz distribuí-los em uma leitura que traça o diálogo entre tudo o que está disposto no ambiente em questão. Pensando nos objetos pessoais, costumamos deixá-los em ambientes restritos aos moradores, a fim de manter a sua privacidade ”, afirma a arquiteta.

 

Uma curiosidade interessante é que a maioria do mobiliário e objetos antigos de decoração dessa residência não pertencia aos moradores, mas sim foram compradas em garimpos e antiquários visitados pelos proprietários, em companhia das profissionais, durante o processo de construção.


O escritório do pai da família, por exemplo, ganhou um vitral que foi comprado em um armazém de demolição e pertenceu a uma igreja antiga. Advogado, o desejo expresso por ele foi o de contar com um espaço para trabalhar com pleno conforto e conviver com seus livros, pois a intenção também era de passar alguns dias da semana na residência.


Outro exemplo está no hall de entrada da casa, que foi eleito para receber uma bancada de marceneiro que foi ressignificada como aparador onde repousa a bandeja com os copos utilizados em ocasiões especiais. “ Essa foi uma aquisição ímpar que realizamos em uma loja mineira na cidade de Tiradentes ”, recorda-se a designer de interiores. Na sala de jantar, um dos ambientes mais repletos de memórias, uma mesa que outrora foi empregada para produzir queijos foi eleita como aparador.

 

Um ponto muito importante na decoração que não foi deixado de lado é o conforto e bem-estar. Como a região é conhecida por apresentar baixas temperaturas, a sala principal da residência destaca o protagonismo da lareira à lenha.  O local também conta com uma área externa. Acompanhando o tom claro da madeira de freijó que encontramos na parte interna, a varanda tem clima romântico e confortável, perfeito para apreciar a bela vista.


O projeto conta ainda com uma adega de respeito inspirada nas fazendas coloniais. Inserida no porão da casa, foi criada a partir do piso em ladrilho hidráulico e marcenaria sob medida com nichos horizontais para garrafas e, sob a bancada, colmeias para os vidros e um gradil de serralharia. 

 

Para manter o equilibro entre o moderno e o antigo, cozinha e a lavanderia se destacam como os ambientes mais modernos e diferenciados da casa, com uma combinação entre o preto e branco que se realçam pela marcenaria branca, granito escuro e os eletrodomésticos em inox.

 

Outro exemplo do equilíbrio entre o moderno e o clássico é visto na composição da sala de TV e da brinquedoteca das crianças. A marcenaria é um dos detalhes mais evidentes e, nos dois cômodos, o amadeirado claro e revestido em branco traçam um paralelo entre presente e passado. Confira as fotos feitas do local.

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