Tanto nas residências de casais, famílias e solteiros, a escolha do enxoval da casa é um capítulo muito importante. Além de essenciais – quem não deseja uma toalha bem macia após o banho ou lençóis superconfortáveis para dormir? –, todo esse conjunto deve conciliar questões como praticidade, a personalidade dos moradores e uma conexão imediata com o décor. Porém, com infindáveis opções, quais os atributos a serem considerados para essas escolhas?
A arquiteta Júlia Guadix, à frente do escritório Liv’n Arquitetura, sabe que essa é uma etapa importante e sempre contribui com orientações para os seus clientes logo que conclui o projeto de arquitetura de interiores. “São muitos itens a serem comprados e que precisam ‘conversar’ com o décor do projeto. Por isso, gosto de ajudar os clientes com essas escolhas”, explica. Para tanto, ela avalia que, entender as necessidades é ponto de partida para compreender o que realmente deve ser comprado ou deixado para um segundo momento. “Não existe uma lista de enxoval que será perfeita para todos e sempre precisamos pensar no que faz sentido para o dia a dia de cada casa. Recomendo refletir para investir no que é essencial, assim não se gasta dinheiro à toa e tudo fica ainda mais prático e organizado”, complementa.
Por onde começar?
O primeiro passo é trabalhar em uma lista de produtos necessários, levando em consideração a possibilidade de dobrar esse volume e se haverá onde guardá-los. “É claro que existe uma quantidade mínima que norteia a aquisição, mas pensando na organização, é fundamental considerarmos o espaço disponível para o seu armazenamento”, discorre Júlia.
Em seguida, pensar nos materiais que compõem a lista é importante, uma vez que, muito além do visual que oferecem, precisam atender o sensorial do toque e a facilidade para limpeza. No caso dos tecidos – que envolvem cama, mesa e banho –, algodão e linho sempre figuram como as preferências, pois atendem nossa busca por bem-estar e aconchego. “Além do toque e do visual, observe as instruções de lavagem de cada peça e avalie se funciona para o cotidiano”, acrescenta a arquiteta.
Um olhar pelo enxoval, cômodo a cômodo
Com demandas distintas para cada ambiente, Júlia Guadix descreve o que não pode faltar:
Dormitório: Um dos ambientes onde o enxoval mais se faz presente, ela aconselha contabilizar um número mínimo de dois jogos de lençol de baixo para vestir a cama, lençol de cima, edredons ou cobre leitos para arrematar a superfície, além de quatro travesseiros e combinações de fronhas ou capas que combinem com o restante da cama. Além disso, uma manta peseira é bem-vinda para incrementar. “Se for possível, é bacana ter três jogos de lençol para fazer um revezamento entre eles e diminuir o desgaste do material com as lavagens frequentes”, aconselha.
Banheiro: Por aqui, as toalhas são as grandes protagonistas e são indicados, pelo menos, dois conjuntos completos com peças para o banho, rosto e tapete para saída de box. Suporte para apoiar sabonetes e escovas de dente deixa o ambiente ordenado e, dependendo do estilo das peças, é possível deixar o banheiro mais sofisticado, mais divertido e com pontos de cor. Caso o imóvel ainda disponha de um lavabo, faz-se necessário incluir três toalhas, já que nesse ambiente a higiene das mãos é mais frequente, e podem, inclusive, serem menores e decoradas, por se tratar de um ambiente social.
Cozinha: Antes de partir para as compras, é necessário analisar com qual frequência e o tipo de comida preparada pelos moradores para listar os itens necessários. “Não é todo mundo que precisa de um jogo completo de panelas, frigideiras e várias assadeiras. Sempre bato na tecla de ter apenas o essencial!”, relata a arquiteta. Junto a isso, é recomendado ter um jogo de pratos rasos, fundos e de sobremesa, além de copos, xícaras de chá e café para servir, no mínimo, seis pessoas.
Para os apreciadores de vinhos e outros drinques, um jogo de taças e copos (cada bebida costumademandar o seu estilo próprio), também não podem faltar. “E não há a necessidade de adquirir tudo padronizado. É bacana quando mesclamos variedades distintas para sair da mesmice. No caso de copos, pratos e talheres, é possível ter dois jogos de seis, bastando que combinem entre si para utilizar ambos, quando for preciso”, sugere a profissional.
Para completar, jogos de potes para mantimentos, temperos e para guardar alimentos na geladeira não podem faltar, bem como panos de pratos, uma luva térmica e ‘miudezas’ como peneiras, pegador de macarrão e travessas de vidro, entre outros tópicos.
Mesa: Aos apaixonados por mesas postas, alguns objetos são indispensáveis. O segredo aqui não é dispor de um acervo grande para uma montagem charmosa, mas sim contar com um enxoval básico (que podem ser até de louças brancas) e acessórios que inspirem a criatividade. Toalha de mesa, jogos americanos,
sousplat, caminhos de mesa, guardanapos e prendedores são alguns dos acessórios que ajudam a construir lembranças inesquecíveis durante refeições especiais
Enxoval para solteiro e hóspedes
A diferença entre o enxoval de casal, solteiro e hóspede está basicamente na quantidade de itens e produtos. Para Júlia, em qualquer circunstância ou estado civil, dois a três jogos por pessoa sempre figura como um número adequado. Pensando nas ocasiões em que o morador recepciona um visitante, considerar um conjunto adicional, que fica reservado para esses ensejos, salva o anfitrião das conhecidas ‘saias justas’.
Combinando o enxoval com a decoração da casa
Uma dica da arquiteta é optar por uma base com cores neutras para que os ambientes não aparentem uma imagem sobrecarregada. E, nessa articulação, peças coloridas entram pontualmente para conciliar uma atmosfera estilosa, criativa e alegre.
Uma boa maneira de conectar o enxoval com a decoração do lar é utilizar os elementos de forma coerente. “Em um décor pautado por um mobiliário descolado e contemporâneo, não faz sentido investir em jogos de cama ou pratos super clássicos, causando assim uma estranheza e ausência de unidade”, conclui Júlia.