Seja no frio ou no calor, ter uma adega em casa virou sonho de consumo de muitas pessoas, especialmente quando o isolamento social se faz necessário. Tudo começa pela escolha do local, seguido pelos cuidados com a armazenagem correta das garrafas. Expor os melhores rótulos e deixar os acessórios sempre à mão são outros itens que pedem atenção e estão na lista de recomendações preparada pelas arquitetas Paula Passos e Danielle Dantas, sócias do escritório da Dantas & Passos Arquitetura.
Como em todo o projeto, a primeira providencia é definir o tamanho da adega e a real necessidade do dia a dia. Deve-se calcular a metragem necessária para a quantidade de bebidas adquiridas, ou seja, a capacidade que será armazenada e mantida em casa. "Também convém avaliar o espaço físico disponível para a implantação da adega e definir um teto máximo para o investimento em algo pronto ou sob medida”, revela a arquiteta Paula Passos.
Atualmente, existem adegas de diversos modelos e tamanhos, além das alternativas que podem ser feitas sob medida, personalizadas de acordo com o local. "O espaço destinado necessita, antes de tudo, de um projeto detalhado tecnicamente para o armazenamento de forma correta das garrafas, melhor aproveitamento do espaço, sempre aliando funcionalidade e parte estética”, explica Danielle Dantas.
No caso de uma adega climatizada de grande porte, vale prever todos os pontos elétricos, espaço para o motor da climatização, entrada e saída do ar refrigerado. Se houver portas de vidro, também é preciso investir em um o tipo de vidro específico para não embaçar. "Ter um ambiente dedicado só para a adega é bacana, pois facilita armazenar e controlar a temperatura de maneira adequada, já que o controle de temperatura não pode conter erros. Dica: é essencial procurar alguém especializado no assunto para evitar problemas futuros”, completa Danielle.
Espaços como esses devem levar em conta um projeto de marcenaria bem dimensionado, pensado em cada tipo de bebida, pois as garrafas de vinhos têm tamanhos e formatos diferentes, lembrando que a rolha deve ficar sempre em contato com o vinho para ser preservado (garrafas levemente inclinadas).
Para quem não tem um espaço tão amplo assim, há algumas alternativas para não abrir mão de dispor de uma adega em casa. "Com o atual conceito de integração de espaços, uma adega pode até servir como um divisor de ambientes, pode configurar uma estante vazada de madeira ou podemos ter até mesmo uma adega projetada como uma caixa toda de vidro”, exemplifica Paula Passos, que também defende a verticalização dos espaços, usando as paredes para o armazenamento dos rótulos."Também existem as opções portáteis que, atualmente, podem ser incorporadas às varandas gourmets de forma eficiente sem ocupar muito espaço”, conta.
Outro ponto importante a ser avaliado é definir se você quer um ambiente climatizado dedicado para a adega ou se quer modelos como eletrodomésticos. "No planejamento do ambiente sempre evitamos instalar adegas perto de churrasqueiras, fornos de pizza, fogões e deixá-las longe de equipamentos que geram calor, como uma lareira. Reserve ainda um local longe da luz solar, fator que pode estragar os vinhos, e dê preferência às áreas mais escuras”, sugere Danielle Dantas.
A temperatura também é extremamente importante para os vinhos, que precisam ser conservados entre 10ºC e 15ºC. Convém pensar na boa circulação do ar para manter o lugar livre de cheiros capazes de afetar os vinhos. A bebida também precisa de umidade controlada, pois o excesso ou a falta são favoráveis à proliferação de fungos nos rótulos ou acaba ressecando as rolhas.
Quando se trata de iluminação, melhor preferir os lugares mais escuros. "Evitar o excesso de luz natural e calor é essencial. A iluminação indireta é bastante indicada e também deve-se adotar lâmpadas que emitem menos calor, como o led”, aposta Paula Passos. Para esse uso, as arquitetas indicam o uso de uma luz mais quente e amarelada que contribui para um visual mais charmoso e acolhedor.