A mineração a seco utiliza menores quantidades de água na separação dos metais. Portanto, dispensa o represamento de rejeitos e a construção de barragens, sendo uma possibilidade que oferece mais segurança à população e ao meio ambiente. Se mais utilizada, impactos ambientais podem ser reduzidos.
O acontecimento de tragédias trouxe à tona discussões sobre maneiras mais viáveis de exploração da terra. Com a mineração úmida, majoritária no país, além do barro, quando uma barragem se rompe, os resíduos compostos de produtos tóxicos usados na diluição da terra e separação do minério, além dos próprios metais, como níquel e cobre, contaminam a população e o solo.
Em 2016, o Cadastro Nacional de Barragens, feito pela Agência Nacional de Mineração (ANM), analisou as 839 barragens e categorizou 19 delas como de alto risco de rompimento, mas outras 223 foram identificadas como de alto potencial de dano, caso suas estruturas enfrentem algum problema futuramente.
Benefícios da mineração a seco
A técnica a seco, ou dry, como também é chamada, pode ser o futuro da mineração e inclusive é uma das medidas que a Vale, empresa responsável pelas barragens rompidas em Minas Gerais, está tomando para evitar novos desastres. A ideia é que até 2025 70% das minas utilizem a mineração a seco.
A grande diferença é que nessa modalidade faz-se desaguamento dos rejeitos com o uso de um filtro-prensa, que extrai o excesso de líquido do material depois da britagem. Além dos perigos de acidentes serem reduzidos, há outros ganhos ambientais, como economia de energia e água. Outras vantagens também estão na diminuição dos processos de produção, equipamentos e perda de material, já que parte dos minérios é levada pela água e se junta aos rejeitos na mineração úmida, e na seca, 100% da massa pode ser comercializada.
Os únicos pontos a serem analisados mais a fundo antes de modificar o tipo de trabalho são o teor do minério que vai ser trabalhado, já que em alguns materiais o teor é baixo, necessitando do uso de produtos químicos para separar o que vai ser vendido da lama e exigindo o uso da água para a diluição, e também os custos iniciais, já que os equipamentos terão de ser substituídos, o espaço terá de ser alterado e os trabalhadores, capacitados para atuar no modelo dry.