Morar em condomínio tem suas vantagens e desafios. Entre os itens que mais agradam os residentes estão a segurança, privacidade e comodidade que essas grandes estruturas oferecem. Por outro lado, as situações que mais geram conflitos envolvem principalmente os relacionamentos pessoais.
Compartilhar espaços com quem têm hábitos e comportamentos diferentes exige uma boa dose de psicologia, habilidade para lidar com pensamentos e atitudes de moradores que desrespeitam às regras internas, desagradam os vizinhos e prejudicam a harmonia do local.
Para evitar conflitos em condomínios – especialmente neste momento de pandemia onde um grupo maior de pessoas permanece em suas unidades residenciais-, nada melhor do que ouvir quem tem experiência no assunto.
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Confira abaixo as cinco dicas do presidente da Associação das Administradoras de Condomínios do Estado do Paraná (AACEP), Luiz Fernando Martins Alves, entidade que representa mais de mil condomínios em todas as regiões do Estado.
1) Respeite as regras
Para promover um ambiente de harmonia nos condomínios e não ter que arcar com multas - caso descumpra alguma norma - é necessário respeito às regras de convivência. Elas foram feitas para a segurança e o bem-estar de todos.
Apesar de serem regras simples, muitas pessoas têm dificuldades em respeitá-las ou não entendem a importância de limites até que sofram alguma situação incômoda. Por isso, é importante estar ciente do regimento do condomínio.
Em tempos de pandemia, em especial de bandeira vermelha em Curitiba e outras cidades do Paraná, é importante lembrar o uso da máscara nas áreas comuns. Moradores que testaram positivo para a Covid-19 também devem permanecer isolados em sua unidade durante o período de quarentena e comunicar ao Síndico ou à Administradora de Condomínio para que reforce a sanitização e limpeza nas áreas comuns por onde esse morador transitou.
E essa necessidade e orientação não é nova: na lei 4591/64 já era previsto em "Obrigações dos moradores”: informar ao síndico qualquer doença infectocontagiosa em sua unidade.
2) Transparência na comunicação
Síndicos e administradores devem apresentar regras, antigas ou novas, de forma clara aos moradores – seja por e-mail, WhatsApp, aplicativos ou mural informativo.
A comunicação do síndico ou a administradora com os moradores deve ser constante, de forma simples, sem palavras complicadas de entender. A intenção é que todos que convivem no ambiente saibam o que está sendo feito e as razões disso.
Informe-se a respeito dos canais de comunicação utilizados pelo seu síndico e Administradora de Condomínios. Por vezes – com o advento da tecnologia -, é possível que existam canais fáceis, ágeis e que você ainda não conhece.
3) Não reclame a todo instante
O respeito e o bom senso são fundamentais. Por isso, tome cuidado com o volume do som do rádio, da televisão, da reunião por vídeo; ao movimentar móveis e também na hora da sua aula de ginástica on-line. Coloque-se no lugar do seu vizinho que vive ao lado ou abaixo da sua moradia.
Antes de fazer uma reclamação, pense um pouco: estou mesmo incomodado ou só não estou acostumado com esse comportamento do meu vizinho? É algo realmente necessário ou pode ser resolvido de outra forma?
Ninguém gosta de conviver com um ranzinza, que reclama até da sombra. Porém, sempre temos o hábito de achar que nossas considerações são mais importantes que a dos vizinhos. Eles, por sua vez, pensam a mesma coisa. Por isso, o investimento em diálogo é sempre saudável e a primeira opção.
4) Defina horários
Para evitar o excesso de trabalho, o síndico deve estabelecer horários em que estará disponível para falar com os moradores. Isso também minimiza incômodos em horários inoportunos, que são geradores de conflitos.
Imagine um morador que liga para o síndico ou a administradora de madrugada para reclamar do barulho causado pelo vizinho. Por mais incômoda que a situação seja, vale lembrar que os horários comerciais são os mais recomendados para fazer a reclamação.
Os condôminos também podem utilizar da tecnologia disponibilizada pelas Administradoras de Condomínio para registrar situações que demandem atenção ou orientação. E é importante frisar: sempre é importante formalizar nos canais corretos as questões que demandam atenção.
5) Empatia
Viver em condomínio requer empatia. Lembre-se de que, assim como você é dono daquele espaço, seu vizinho também é. A forma de aproveitar todo o espaço e recursos que existem dentro do condomínio é subjetiva, mesmo tendo regras para quase tudo. Coloque-se no lugar do seu vizinho, sempre.
Vale lembrar que psicologicamente, empatia é a capacidade de você sentir o que uma outra pessoa sente, caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela, ou seja: procure experimentar de forma objetiva e racional o que sente o outro a fim de tentar compreender sentimentos e emoções.