O Departamento de Biologia Animal e Vegetal da Universidade Estadual de Londrina (UEL) confirmou, por meio de exames realizados em animais mortos, a presença de metais pesados em quatro diferentes espécies de peixes presentes no rio Tibagi.
Os materiais coletadas por ribeirinhos em trechos do rio Tibagi, próximo ao Salto dos Alemães, no município de Ortigueira, e entregues para a UEL em novembro. A região está próxima à área de mineração desativada e onde está sendo construída a Usina Hidrelétrica Mauá. Águas desses locais já foram encaminhadas para análises por pesquisadores da UEL, para detecção de metais pesados, e os resultados foram encaminhados aos Ministérios Público Federal e Estadual, em agosto de 2008. Nesta ocasião, também foi solicitada junto a órgãos públicos a tomada de providências a respeito dos metais contaminantes encontrados na água. Foram solicitados estudos detalhados para conhecer quais metais ou substâncias estavam acumuladas nos sedimentos, nos resíduos e nas jazidas na área projetada para ser inundada pela construção da Usina Mauá.
Analisada pelo Instituto de Biociências - Centro de Assistência Toxicológica, da UNESP de Botucatu, e com parecer técnico da UEL, a espécie de peixe corimbatá, por exemplo, apresentou no fígado concentrações de cádmio, cobre e mercúrio acima das máximas permitidas pela ANVISA, para contaminantes inorgânicos em alimentos.
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"A descoberta de metais pesados em peixes é grave, uma vez que poderá trazer sérios problemas à saúde e qualidade da água", relata a professora Sirlei Terezinha Bennemann. Ela alerta que ainda "é preciso investigar as minas de carvão desativadas, resíduos, peixes e sedimentos das águas. Os órgãos ligados ao meio ambiente não podem deixar acontecer uma tragédia".
Os resultados das análises com os peixes foram encaminhados à Promotoria do Meio Ambiente do Ministério Público do Estado do Paraná e ao procurador do Ministério Público Federal de Londrina e Ministério Público do Estado do Paraná.