Política

Zico nega dívidas e ligação com metalúrgica abandonada

04 jan 2001 às 19:10

O ex-prefeito de Pinhais, Sigfried Boving, mais conhecido como "Zico", classificou como infundadas as denúncias que o envolvem em irregularidades administrativas na prefeitura e em um calote aos funcionários da Metalúrgica Unidas, situado no município vizinho de Curitiba, na Região Metropolitana.

Visivelmente nervoso, Zico deu uma entrevista em Curitiba, alegando que seus adversários "estão insuflando à população" contra ele. O ex-prefeito se considerou injustiçado, porque estão denegrindo a sua imagem pessoal.


Zico informou que não deixou R$ 28 milhões de dívidas para atual administração. Ele declarou que a atual gestão recebeu um débito de R$ 15 milhões, referentes atrasos em repasses ao Fundo de Previdência dos Funcionários e também a financiamentos de curto, médio e longo prazos. Nesse mesmo bolo, estariam os pagamentos do 13º salário de 800 funcionários da prefeitura e da Associação de Proteção a Maternidade e Infância (APMI). "Não foi feito o pagamento por problema de fluxo de caixa", afirmou.


De acordo com ele, as dívidas deixadas em seu mandato podem ser quitadas com o recebimentos de atrasos no valor de R$ 15 milhões de impostos municipais atrasados (ISS e IPTU). Segundo Zico, a atual gestão estaria exagerando ao afirmar que houve desvios. "Mas não quero polemizar, porque a população já me julgou e agora sou apenas um cidadão comum que quer retormar sua vida normal", disse.


O ex-prefeito disse que não pode ser relacionado com a Metalúrgica Unidas, já que não é sócio da empresa. "Em 1995, foi estabelecido um contrato de arredamento com o Marcos Roberto Lopes e sua esposa Rosana Farias Lopes, que passaram a administrar a metalúrgica", afirmou. Três anos depois, segundo o ex-prefeito, Lopes comprou a empresa, que no dia 27 de agosto passou a se chamar Unidas Sistema de Iluminação e Decoração.


Nessa transação, Marcos Lopes ficou com o maquinário e também responsável pelos funcionários, incluindo as responsabilidades trabalhistas. Além disso, teria firmado um contrato de compra do prédio da metalúrgica. "Mas em 14 de abril de 1999, ele viu que não podia pagar pelo imóvel e o devolveu, passando a pagar aluguel", disse. Nessa operação Boving pagou pela retomada da propriedade R$ 75 mil.


Em 24 de novembro do ano passado, Zico recuperou este dinheiro com a venda da propriedade para o Oscar Luiz dos Santos pelo valor de R$ 100 mil. O último pagamento dessa transação, no valor de R$ 10 mil, acontece no próximo dia 15. "Depois da venda, pedi para Rosana Lopes que desocupasse o prédio. E somente depois soube pela imprensa a forma como foram retirados os maquinários", afirmou.

Leia mais em reportagem de Israel Reinstein, na Folha do Paraná desta sexta-feira


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