Os vice-líderes do governo no Senado, senadores Hélio José (PMDB-DF) e Wellington Fagundes (PR-MT), declararam hoje (22) em discursos no plenário da Casa que irão votar a favor da admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. O senador Wellington, que vai integrar a comissão especial encarregada de analisar o processo, disse que ainda não tem uma posição firmada sobre o mérito afastamento.
Também o senador Hélio José, que integra a comissão como suplente, disse que ao votar pela admissibilidade no plenário do Senado e, se for chamado para votar na comissão, não estará fazendo nenhum prejulgamento, uma vez que a analise do mérito da denúncia só será feita se houver a admissão do processo, nos 180 dias de afastamento da presidenta.
Ao defender a aprovação da admissibilidade do processo, o senador Hélio José defendeu que ela ocorra de forma consensual. "A admissão deveria ser acatada por todos os partidos, talvez até por uma votação simbólica, demonstrando que não há medo, não há receio, não há preocupação em apurar e examinar todas as nuances da situação, se há crime ou não, como vai ser feito. E, no momento oportuno, cada um de nós, Senadores da República, faremos o nosso juízo de valor", disse. "Para mim, é inequívoco o Senado admitir uma questão que veio da instituição Câmara. E digo isso, porque tenho certeza de que a instituição Câmara iria admitir uma questão que viesse da instituição Senado Federal", acrescentou.
O senador Wellington Fagundes disse que teve uma audiência com a presidenta Dilma Rousseff nesta semana e que ela quis saber a opinião dele sobre o processo que tramita no Senado. "Ela [presidenta] me perguntou: "E aí, Senador Wellington, como está hoje a posição do Senado?" Eu não hesitei em dizer para a Presidente da República: "Presidente, hoje o clima no Senado é pela admissibilidade, porque todos nós aqui somos políticos e temos que ouvir a população, temos que ouvir as vozes das ruas".
No discurso, Wellington Fagundes defendeu pressa na analise do processo de afastamento da presidenta. "Nós temos pressa, porque esse processo não pode ficar perdurando, e a população, na incerteza. O cidadão que está lá desempregado quer uma solução para este País. Então, acredito que, dentro de uma semana, estaremos votando. Vamos votar, sim, pela admissibilidade, porque, politicamente, o País já está maduro para isso. A população se manifestou e, felizmente, não tivemos nenhum incidente. Não tivemos morte, ou seja, a democracia está funcionando plenamente no País. Os Poderes estão funcionando plenamente", disse o senador.
Hoje, o Diário Oficial da União publicou a exoneração de dois vice-líderes do governo na Câmara que, no último domingo (17), votaram pela admissibilidade do processo de afastamento da presidenta Dilma Rousseff. Os vice-líderes exonerados são os deputados Ricardo Barros (PP-PR) e Hugo Leal (PSB-RJ).
A comissão especial que vai analisar a admissibilidade o processo de impeachment da presidenta Dilma no Senado Federal, composta de 21 membros titulares e igual número de suplentes, deverá ser eleita na segunda-feira (25), a partir das 16 horas, no plenário da Casa. A partir daí, o colegiado será empossado e eleitos o presidente, o vice e o relator dos trabalhos. Inicialmente, posse está prevista para terça-feira (26), mas poderá ser antecipada para segunda-feira após a eleição.