Política

Veneri diz que secretário mandou "meter" bomba; Casa Civil chama deputado de "irresponsável"

05 mai 2015 às 08:21

O líder da bancada de Oposição, deputado Tadeu Veneri (PT), disse na segunda-feira (4) que os culpados pela repressão ao movimento dos professores e outros servidores públicos são o governador Beto Richa (PSDB) e o secretário de Segurança, Fernando Francischini (Solidariedade). "Não venham dizer que todos tenham a mesma responsabilidade neste processo. Não é verdade. A responsabilidade é de quem ordenou e comandou a operação", disse Veneri.

Ele acusou também o envolvimento do chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra (PSD), que, na versão do deputado, foi visto e ouvido ao telefone pedindo a um interlocutor que as bombas fossem lançadas contra os manifestantes na última quarta-feira (29). "Temos testemunhas que ouviram o secretário dizer 'mete bomba'. Foi um episódio repleto de cinismo e sadismo", disse Veneri.


O líder da bancada de Oposição observou ainda que a ação contra os professores e demais servidores foi um ato de covardia. "A população viu e tirou as suas conclusões. Não adianta espalhar versões fantasiosas de que as pessoas estavam com coquetel molotov, barras de ferro ou eram black blocs", disse Veneri. Ele afirmou que acompanhou os detidos na Assembleia Legislativa até o 1º Distrito Policial e que, entre eles, não havia black blocs.

A Casa Civil classificou a fala do deputado como "irresponsável". A assessoria confirmou que Sciarra irá pedir as notas taquigráficas da Assembleia e "vai interpelar judicialmente" Veneri. "No dia o secretário conversou com o comando e pediu que não fossem utilizadas bombas contra os manifestantes", rebateu a assessoria. "E é preciso lembrar que foi o Tadeu quem no dia subiu na tribuna para falar que duas pessoas haviam morrido. Ele é da tática do quanto pior, melhor", criticou a Casa Civil.


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