O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio, criou nesta quinta-feira (31) uma senha que será inserida no programa utilizado pelas urnas eletrônicas. Este código serve, segundo o TSE, como segurança de que o programa não será modificado. Qualquer alteração seria percebida na assinatura digital. As informações são da Agência Brasil.
Alguns especialistas em computação acreditam que a assinatura eletrônica não é suficiente para garantir a segurança do sistema. Segundo esses técnicos, a principal forma de aperfeiçoar a urna eletrônica seria a impressão de um comprovante do voto. O papel seria depositado em outra urna, o que permitiria conferir a votação nos dois sistemas.
O presidente do TSE, ministro Marco Aurélio, rebateu as críticas e afirmou que o sistema é totalmente seguro. "Se ventila que pode haver deficiências no sistema, mas não se indica com precisão que deficiências são estas. Nós devemos presumir o que normalmente ocorre, não o excepcional. Não que todos sejam salafrários, existem homens de bem", afirmou.
"O TSE sempre parte do princípio de que ele próprio é confiável. Isso não está em questão", afirma Jorge Stolfi, professor do Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "O perigo é que alguém se infiltre no TSE ou na empresa fabricante da urna e altere o programa. Essa possibilidade é enorme, já que o sistema é tão complexo que é virtualmente impossível que qualquer alteração seja percebida."
Marco Aurélio considera o sistema "repleto de êxito". Segundo ele, desde 1996, quando as urnas eletrônicas foram usadas pela primeira vez, não houve uma única impugnação com indícios concretos de irregularidades.
O programa de computador que fará a urna eletrônica funcionar será finalizado até o próximo dia 8, quando será enviado para todos os Tribunais Regionais Eleitorais do país. A partir do dia 11, as urnas já começarão a receber os dados dos candidatos, como o nome, o número e a foto. No total serão utilizadas 400 mil urnas eletrônicas em todos os municípios do Brasil. Outras 30 mil ficarão de reserva, caso algum equipamento tenha de ser substituído.