Política

Tucanos sugerem que Calheiros peça licença do cargo

12 set 2007 às 20:58

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) pregou nesta quarta-feira (12), logo após o plenário decidir pela absolvição do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), que o parlamentar alagoano deveria pedir licença do Senado para que o legislativo possa atuar sem constrangimentos.

"Agora, as votações importantes estão comprometidas pelo resultado. Há um constrangimento. Talvez fosse bom uma licença dele (Renan) da presidência para que o Senado possa atuar livre desse constrangimento", frisou.


Sobre como vai ser a atuação da oposição daqui em diante, Dias declarou que não há nada ainda decidido. "Vamos esperar a poeira baixar, e a partir de amanhã (13) vamos discutir como devemos agir", sublinhou.


O senador Renato Casagrande (PSB-ES), um dos relatores que pediu a cassação do mandato de Renan, assinalou também que o momento é de calma. "Precisamos de um tempo de reflexão para que a gente não fale nada de errado", ponderou. Entretanto, ele criticou a decisão do plenário favorável ao presidente da Casa, chamando-a de "arrogante".


"A decisão do plenário é soberana. Mas é uma soberania arrogante, que não considerou a vontade da população, o nosso relatório e a instituição Senado da República. Agora, o que vai acontecer daqui para frente, precisamos de um tempo de reflexão", destacou. Para o parlamentar capixaba, "o Senado continua fragilizado, sangrando". E enfatizou: "A crise se mudou para cá e está acampada aqui dentro, e por aqui vai permanecer por algum tempo".


Questionado se o governo perde com a absolvição de Renan e uma possível continuação da crise na Casa, ele respondeu que "o governo está fora disso". "O governo não fez nenhum contato conosco. Não trabalhou efetivamente pelo processo do Renan Calheiros. Ficou numa distância que o deixa preservado", argumentou.

Disse, em seguida, que não acredita que Renan não vai renunciar ao cargo de presidente para amenizar a crise no parlamento. "Se ele ganhou a votação no plenário, vai tentar enfrentar os outros processos na presidência, como ele fez com esse. Se deu certo com a absolvição, ele vai achar que vai dar certo nos outros", finalizou.


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