Duas testemunhas arroladas pelo Ministério Público (MP), em audiência realizada nesta segunda-feira (26) perante o juiz da 3ª Vara Criminal, Juliano Nanuncio, relativa ao processo criminal da terceira fase da Operação Publicano, confirmaram fatos que indicam que o auditor José Luiz Favoreto Pereira, ex-delegado da Receita Estadual de Londrina, teria ocultado bens e lavado dinheiro.
Deflagrada em outubro do ano passado, a Publicano 3 envolve 18 réus em 30 fatos criminosos, todos relacionados a crimes de lavagem de dinheiro de bens obtidos ilicitamente por Favoreto, segundo afirma o MP. Além de organização criminosa e três falsidades ideológicas, são narrados 26 fatos de lavagens de dinheiro, crimes para os quais ele teve ajuda dos outros réus, segundo o MP, como o irmão Antonio Pereira Júnior e a cunhada Leila Raimundo, o casal de empresários Sarquis e Marilúcia Sâmara, advogado André Luís Aquino Arruda e o também auditor Luiz Antonio de Souza, principal delator da Publicano.
Os bens e valores obtidos ilegalmente por meio da cobrança de propina de empresários que sonegavam impostos, esquema descrito com detalhes pelo MP nas denúncias relativas às outras quatro fases da Publicano (1, 2, 4 e 5), precisavam ser lavados por meio de simulações para entrar licitamente no patrimônio do auditor.
"O que se demonstrou hoje confirma aquilo que apresentamos na denúncia", afirmou o promotor Jorge Barreto da Costa, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que acompanhou as audiências.
Para hoje, estão agendados os depoimentos de outras três testemunhas arroladas pelo MP. As audiências voltam na próxima segunda-feira (3/10), para ouvir eventuais testemunhas de acusação que tenham faltado justificadamente; terça, quarta e quinta-feira da semana que vem serão ouvidas 45 testemunhas de defesa que moram em Londrina. E na semana seguinte os réus, começando por Souza.
Os dois auditores, que respondem também por crimes sexuais, acompanharam a audiência na segunda-feira. Souza está preso desde janeiro do ano passado. Favoreto responde em liberdade. Os réus negam as acusações.
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