O vice-presidente Michel Temer diz ter ouvido da própria presidente Dilma Rousseff que não há planos para trocá-lo por qualquer outro nome em uma eventual candidatura à reeleição em 2014. Depois de ver o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, falar por duas vezes no início dessa semana que o governador do Estado, Sérgio Cabral, deveria ser o vice no seu lugar, Temer foi chamado nesta terça para uma audiência com a presidente e garante ter escutado que sua intenção é manter tudo como está.
"Ela reafirma toda hora: ''Estamos juntos, vamos fazer campanha juntos''", disse o vice-presidente logo depois da audiência, em uma rápida conversa com jornalistas em um corredor do Palácio do Palácio do Planalto. Perguntado se a audiência com a presidente seria uma forma de desagravo pelas declarações de Paes, Temer disse primeiro não acreditar nisso, mas reformulou. "Não sei. Pode ter ocorrido a ela chamar exatamente no dia em função disso, até porque essa questão do Rio de Janeiro está solucionada. Não tem nenhum problema", garantiu.
Temer afirmou que a audiência serviu para os dois fazerem uma análise da campanha neste segundo turno e das atividades que virão e tratar também do próprio governo. "Fizemos uma análise geral apenas e a ideia de fazermos um bom governo, continuar fazendo um bom governo. Então foi muito a ideia de ''Olha, Temer, vamos participar cada vez mais, vamos ter um bom governo nesses dois anos''. Que é isso que, na verdade, repercute bem na opinião pública", contou. De acordo com o vice-presidente, as conversas entre os dois serão mais regulares daqui para a frente.
O vice-presidente também confirmou a ida de Dilma ao comício de Haddad no próximo sábado, afirmando que estará junto, assim como o candidato derrotado do PMDB à prefeitura de São Paulo, Gabriel Chalita. Mas garante que uma possível vinda de Chalita para o ministério de Dilma não foi assunto no encontro. Especula-se sobre um rearranjo ministerial para encaixar Chalita, possivelmente no Ministério da Educação - uma forma de agradecimento pelo apoio a Haddad. O xadrez de realocação de ministros, no entanto, ainda não estaria fechado.