O presidente Michel Temer disse, em entrevista à Band exibida nesta terça-feira, 6, que o governo pode ceder em dois pontos para ajustar a proposta de reforma da Previdência e conseguir os 308 votos necessários na Câmara dos Deputados.
Temer admitiu que pode ceder no limite de acúmulo de benefícios. "Se lá decidirem que o acúmulo da pensão não será até dois salários mínimos, como está no projeto (...) e chegar-se à conclusão que deve ser o teto da Previdência Social, de R$ 5.645, eu penso que, por força do diálogo, se poderá eventualmente chegar a isso, não é?", declarou.
O presidente também deixou aberta a possibilidade de uma regra de transição para os servidores públicos que começaram a trabalhar antes de 2003. Na entrevista, Temer declarou que o governo e o Congresso estão abertos ao diálogo. As mudanças citadas por Temer já foram admitidas pelo relator da proposta na Câmara, Arthur Maia (PPS-BA), que deve apresentar uma nova versão do texto nesta quarta-feira, 7.
O presidente afirmou que os votos "estão aumentando" e que haverá, até o dia 20 ou dia 21 de fevereiro, os 308 votos necessários entre os deputados.
Economia. A economia no sistema previdenciário com as alterações pode cair de R$ 600 bilhões para R$ 480 bilhões, disse o presidente. Para ele, no entanto, é melhor ter alguma economia de recursos, fazendo a reforma, do que "não ganhar nada e perder muito". Temer voltou a estimar o déficit da Previdência em R$ 300 bilhões a R$ 330 bilhões neste ano.