O Tribunal de Contas incluiu mais uma empresa entre aquelas que deverão ser investigadas pelo Ministério Público, por supostas irregularidades na venda de material didático-pedagógico. A empresa Piaget - Criações Pedagógicas Indústria e Comércio de Brinquedos também seria da mesma família das outras quatro, citadas pelo TC por suspeita de formação de um cartel. A denúncia seria protocolada ontem no fim da tarde na Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e junto a Secretaria de Segurança Pública.
De acordo com os documentos do TC, levantados pela Diretoria Revisora de Contas, quatro das cincos empresas têm seus proprietários com sobrenome Abila. Valdemar Abila, casado com Mariza Colaço Abila - proprietarios da Brink Mobil Equipamentos Educacionais Ltda - são pais de Taciana Abila (sócia da Brinquesul - Central Brasileira de Atendimento Pedagógico Comércio de Brinquedos) e Teciomar Abila, dono da Casa do Educador Materiais Didáticos e Pedagógicos.
A outra empresa que faria parte da árvore genealógica seria a Piaget - Criações Pedagógicas. A empresa é de propriedade de Maria Abila e Edson Roberto Panichi. A exceção seria a Comap, cuja a razão social é Mariléia Leal dos Santos Comércio de Brinquedos, cuja a proprietária tem o mesmo nome. Todas ainda estão em funcionamento de acordo com informações da Junta Comercial do Paraná.
Nos documentos obtidos na Junta Comercial, os endereços das sedes das empresas diferem um dos outros. No entanto, na denúncia do conselheiro do TC, Heinz Herwing, uma mesma localização seria de mais de um estabelecimento. Os endereços Rua Reinaldo Hecke, 230 e Ricardo Lemos, 404 foram fornecidos por firmas diferentes. Nesse relatório, alguns telefones seriam os mesmos, por exemplo o 0800 4116255, 254 3078, 252 2517 e 354 6556.
A Folha procurou cada uma das pessoas citadas pelo TC e obteve retorno apenas de Teciomar Abila, proprietário da Casa do Educador. Teciomar disse que as denúncias do TC não foram levantadas corretamente. De acordo com ele, sua empresa jamais vendeu produto superfaturado, ao invés disso as APMs adquiriram mercadoria abaixo ou no mesmo preço do que é praticado no mercado.
"Faltou cautela e prudência de quem forneceu a informação e da mídia que prejudicou a imagem de pessoas trabalhadoras e indôneas", reclamou. Teciomar Abila admite que seu pai é dono de uma das empresas. "Mas por ser ele dono de um estabelecimento eu não posso ter o meu? Não fiz nada de errado", disse.
Irritado com a situação, Teciomar disse que estuda a possibilidade de processar quem fez a denúncia, no caso o conselheiro do TC, Heinz Herwing. Com um familiar doente, Herwing não foi encontrado para rebater as afirmações do comerciante.