O Ministério Público do Paraná concluiu procedimento administrativo instaurado para investigar irregularidades no convênio firmado entre a Prefeitura de Curitiba e a Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar) e pediu, na semana passada, a abertura de inquérito policial para apurar a responsabilidade criminal. Solicitado para a Delegacia de Crimes contra a Administração Pública, o inquérito vai servir para embasar futura denúncia sobre o caso.
O Ministério Público suspeita de desvio de verbas na vigência do convênio no período de janeiro de 1997 a agosto de 2001. De acordo com o procedimento, os recursos destinados para o convênio foram repassados para pagar salários de pelo menos 15 pessoas que prestavam serviços para prefeitura.
No procedimento, o Ministério Público cita como possíveis responsáveis pelas irregularidades administrativas o prefeito Cassio Taniguchi (PFL); o então procurador geral do município Eraldo Luis Kuster; o deputado estadual eleito pelo PSB e na época secretário municipal da Saúde Luciano Ducci; a então procuradora financeira do município, Dinorah Botto Portugal Nogara (hoje secretária de Finanças) e o então reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Carlos Roberto Antunes dos Santos.
O delegado titular da Delegacia de Crimes contra a Administração Pública, Guaracy Joarez Abreu, recebeu o documento, composto por três volumes de cerca de 500 páginas cada um, na última quarta-feira. ‘O próximo passo é ouvir as pessoas citadas nos autos’, informou. O delegado explicou que existem vários documentos comprovando o repasse da verba. O recurso era repassado periodicamente em valores que variavam de R$ 80 mil a R$ 150 mil.
A Prefeitura de Curitiba informou que sabia da investigação do Ministério Público, já que prestou todas as informações solicitadas que foram anexadas no procedimento, mas ainda não foi notificada da abertura do inquérito policial. De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, que também falou em defesa de Dinorah Nogara e Eraldo Kuster, caso a delegacia solicite depoimentos, as pessoas citadas serão notificadas como pessoa física.
A Folha de Londrina tentou entrar em contato com as pessoas citadas pelo Ministério Público. O deputado estadual eleito Luciano Ducci está em Brasília e o seu celular estava fora de área durante a tarde de ontem. O ex-reitor da UFPR Carlos Roberto Antunes dos Santos disse não estar informado do assunto. ‘Provavelmente esse convênio foi assinado antes da minha gestão’, esclareceu dizendo que precisa ser notificado para falar sobre o assunto