Política

Servidores querem manter IPE

18 jul 2001 às 20:47

Servidores estaduais preferem a revitalização do Instituto de Previdência do Estado (IPE) ao novo plano de saúde proposto pelo governador Jaime Lerner (PFL). Os sindicalistas, que participaram da reunião com o relator do plano, deputado Fernando Ribas Carli (PPB), na Assembléia Legislativa, defenderam a restauração do IPE.

Eles alegam que o plano de saúde não está de acordo com as expectativas do funcionalismo, além de ser considerado caro. A área previdenciária do IPE foi extinta com a criação da Paraná Previdência, em 1998.


Carli e o presidente da Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa, Luiz Accorsi (PTB), estão debatendo os termos do plano com os servidores, em busca de um denominador comum.


A secretária de Políticas Sociais da AAP-Sindicato (Sindicato dos Professores), Débora de Albuquerque Souza, disse que o plano não atende ao servidor e foi feito à revelia da categoria. O Palácio Iguaçu alega que o plano foi debatido com servidores.


"Além disso, o preço é exorbitante", avaliou Débora. "O Estado quebrou o IPE. Queremos a revitalização, porque o SUS (Sistema Único de Saúde) não tem como atender a população satisfatoriamente."


Roberto de Andrade Silva, diretor do Sindi-Seab, lembrou que o IPE mantinha convênios em todo Paraná. "Agora está com uma dívida de R$ 17 milhões. "Os servidores reclamam que os dois ambulatórios do IPE estão sucateados.


Accorsi considerou o plano bom. O deputado argumentou que o preço é atrativo em relação aos planos privados. De acordo com a pasta da Administração, 80% dos servidores ganham menos de 10 salários mínimos. Um servidor que ganhe R$ 200,00 pagará R$ 12,00 pelo plano (casal mais dois filhos).


Sobre a interpretação do Sindicatos dos Servidores da Saúde, que considera o plano ilegal por destinar recursos públicos (previsão de R$ 5 milhões mensais) apenas para um setor (no caso o plano dos servidores), Accorsi disse que ainda não avaliou se a proposta do governo realmente é inconstitucional.

O entendimento do secretário de Administração, Ricardo Smijtink, é diferente. O secretário afirma que não é possível conceder reajuste salarial e oferecer o plano. O Palácio Iguaçu optou pelo plano, mas os servidores preferem a reposição salarial, que não recebem desde 1995.


Continue lendo