Política

Servidores criticam relatório e ameaçam acirrar greve

17 jul 2003 às 21:54

As entidades que representam os servidores públicos federais criticaram o relatório final da reforma da Previdência, apresentado nesta quinta-feira na Câmara.

Representantes dos professores universitários, dos funcionários das universidades, dos fiscais da Receita Federal e da CUT (Central Única dos Trabalhadores) afirmaram que a mudança, feita de última hora no parecer do deputado José Pimentel (PT-CE), deixou a reforma "pior do que estava".


Agnaldo Fernandes, membro da Executiva Nacional da CUT, disse que a reforma não atende nenhuma das reivindicações dos servidores. Ela afirmou que a tendência a partir da apresentação do relatório é de que a greve no funcionalismo, iniciada no último dia 08, se torne mais acirrada.


"A reforma é incompleta e inaceitável. É inadmissível também a postura que o governo adotou, recuando de posições que havia adotado, a partir da pressão dos governadores. A greve vai se intensificar e haverá radicalização por parte dos servidores", afirmou Fernandes.


De acordo com a CUT, 55% dos aproximadamente 800 mil servidores federais já aderiram à paralisação. Um levantamento da Fasubra (Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Brasileiras) informa que 38 dentre as 44 universidades federais estão com de 90% a 100% de paralisação.


"O relatório não contempla nenhuma das mudanças na reforma reivindicadas pelos servidores", disse Edvaldo Rosas, coordenador-geral da Fasubra. Ele também afirmou que novas categorias deverão aderir à greve nos próximos dias.


O descontentamento com o parecer de Pimentel também é grande entre os professores universitários. "O que ele apresentou está muito longe do que reivindicamos e a nossa orientação é para a continuidade de greve. A tendência é o movimento continuar sendo ampliado", declarou José Domingues, vice-presidente do Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior).


Os fiscais da Receita Federal afirmaram que, ao mudar o conteúdo do relatório, o governo conseguiu piorar o que já era considerado ruim pelos servidores. "Não melhorou em nada, pelo contrário, até piorou em alguns aspectos", disse Izabel Vieira, diretora do Unafisco (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal).

Os representantes dos servidores públicos deram as declarações pouco antes de serem recebidos em audiência pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Maurício Corrêa, a quem foram comunicar as razões da greve e pedir apoio ao movimento.


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