Ao ter a candidatura à Presidência da República oficializada na convenção nacional do PSDB, José Serra (SP) defendeu neste sábado um governo sem distinção, capaz de proteger os desamparados, e disse ter "honra e orgulho" de haver recebido mais de 80 milhões de votos em toda a sua vida política: "Fui votado, exerci cargos, me submeti ao julgamento da população, fui aprovado e votado de novo".
"Governo tem de apoiar quem produz e quem trabalha. São as pessoas comuns, as pessoas simples. E tem que proteger os desamparados", falou. E acrescentou: "Não comecei ontem e não caí de pára-quedas. Apresentei-me ao povo brasileiro, fui votado, exerci cargos, me submeti ao julgamento da população, fui aprovado e votado de novo".
A candidatura do tucano foi formalizada em evento ocorrido na cidade de Salvador (BA), no tradicional Clube Espanhol. O discurso do candidato foi precedido das falas de Paulo Souto (DEM-BA), do senador Sérgio Guerra (PE), presidente nacional do partido, e de Aécio Neves (MG), ex-governador de Minas Gerais.
Serra destacou como prioridade em seu governo escola decente para crianças e jovens, fortalecimento da saúde pública, condição de cidadania aos portadores de deficiência física, investimentos em qualificação e emprego, segurança para famílias e meio ambiente saudável, entre outros.
"Para que esses desejos e vontades sejam materializados, temos de tirar as idéias do papel, planejar as ações do governo, mobilizar os meios e perseguir a ferro e fogo as prioridades fundamentais. Estas prioridades precisam ser claras", disse o candidato.
O ex-governador criticou o aparelhamento da máquina pública, loteada por políticos aliados do governo federal. "É indispensável formar uma equipe coesa, com gente competente. E não com critério partidário ou de apadrinhamento, esse mesmo critério que está destruindo a eficácia da ação governamental no Brasil."
Serra lamentou ainda o baixo investimento governamental, considerado um dos menores do mundo, a maior taxa de juros reais do mundo e a maior carga tributária das nações em desenvolvimento. "Temos de afastar-nos desses três recordes internacionais que em nada nos ajudam a satisfazer nossas necessidades e preencher nossas esperanças", avaliou.
Para ele, a precária infraestrutura brasileira impede o crescimento da economia. Prometeu abrir um grande canteiro de obras pelo Brasil inteiro, assim como fez em São Paulo. "É a falta de infra-estrutura que cria gargalos para o crescimento futuro e ameaça acelerar a inflação no presente", recordou.
Educação
O candidato, preocupado com o futuro dos jovens brasileiros, reforçou o compromisso com a educação. Serra definiu três linhas de atuação: qualidade do ensino, colocando dois professores em sala de aula no ensino fundamental; criar um milhão de novas vagas em escola técnica; e multiplicar os cursos de qualificação, mais curtos, para trabalhadores desempregados.
Fim da miséria
Serra disse que vai acabar com a miséria absoluta no País. Como ministro da Saúde, ele criou o Bolsa Alimentação> Ele também lembrou que o ex-ministro da Educação Paulo Renato fez o Bolsa Escola. Os programas foram reunidos no Bolsa Família.
"Vamos ampliar a rede de proteção social para cerca de 27 milhões de brasileiros que estão na base da pirâmide. Em português claro: vamos trabalhar com todas as nossas forças para acabar com a miséria absoluta no nosso País. É possível fazer. O Brasil pode mais", criticou. (com PSDB)