O comando da campanha do tucano José Serra adotou nova estratégia para tentar impedir a vitória de Luís Inácio Lula da Silva, do PT, no primeiro turno da eleição, no dia 6 de outubro. Reunido na quarta-feira em Brasília, o estado-maior da campanha decidiu antecipar o possível segundo turno e tentar a polarização desde já contra o PT.
O PSDB vai manter o tom dos atuais programas eleitorais e engrossá-los com denúncias contra administrações petistas. Os programas exibidos na terça-feira, em que o deputado José Dirceu (SP), presidente do PT, é apontado como mentor de agressões sofridas pelo ex-governador Mário Covas, foram exibidos na reunião sob aplausos.
- Estou convencido de que já estou no segundo turno. Confiem em mim. Essa reclamação de que Lula vai virar vítima é um absurdo. Nos países europeus e da América Latina onde morei, é comum criticar e mostrar as contradições dos adversários. Mas aqui, vão logo vitimizando o atingido - protestou José Serra ao defender o jogo bruto contra o candidato do PT.
O setor do PFL que apóia Serra compareceu à reunião, capitaneado pelo vice-presidente da República Marco Maciel. Este defendeu a volta do partido ao governo e um apoio oficial ao candidato tucano no segundo turno.
Serra vai, ainda, explorar a tática chamada por alguns de "terrorismo político", apontando para a possibilidade de caos na economia se Lula vencer a eleição.