A pesquisa CNT/Sensus divulgada ontem confirma a tendência de queda do candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes, e o crescimento da candidatura de José Serra (PSDB). De acordo com o Sensus, o petista Luiz Inácio Lula da Silva, tem 34% das intenções de voto, Ciro tem 25,5%, Serra, 14,7% e o candidato do PSB, Anthony Garotinho, 10,4%. Os eleitores indecisos e os que pensam votar em branco ou nulo somam 14,4%. A margem de erro da pesquisa é de 3%.
Nos confrontos de segundo turno, Ciro aparece com 44,7% contra 43,3% de Lula. Mas o petista venceria Serra (49,2% contra 36,3%) e Garotinho (51,5% contra 33%).
Apesar de confirmar a tendência apresentada pelo Ibope e Vox Populi, as variações de Serra e Ciro na pesquisa Sensus não foram tão bruscas quanto as apresentadas pelos outros institutos. Ciro caiu de 28,6% para 25,5% e Serra subiu de 13,4% para 14,7%. Pela Vox Populi, Ciro passou de 32% para 25% e Serra, de 10% para 15%. Já no Ibope, sai de 26% para 21% e Serra cresce de 11% para 17%.
''Não sou especialista em metodologia, mas as variações nas pesquisas têm a ver com as suas amostras e abrangências'', explicou o analista político Paulo Kramer. Ele reconhece que os números vão dar combustível para discussões. ''Os resultados das pesquisas Ibope e Vox geraram luta interna na campanha de Ciro''.
O cientista político David Fleischer afirma que, neste momento da campanha, a volatilidade das pesquisas é muito grande. ''Levantamentos feitos com três ou quatro, dias de diferença podem trazer mudanças substanciais'', garante Fleischer. Mesmo assim, ele ressalta a importância das pesquisas de intenção de voto. ''Nesse momento, elas são o único instrumento para se medir a temperatura da campanha''.
O analista Murilo Aragão afirmou que as variações, principalmente em relação à queda de Ciro, eram esperadas. ''Ele passou a encontrar resistências, principalmente entre os formadores de opinião e precisa enfrentar esses obstáculos''.
O vice na chapa de Ciro, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, também disse que a queda de Ciro era prevista, depois dos ataques que sofreu. Já o ex-senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) não esconde sua opinião: os resultados das pesquisas mostram a necessidade de mudanças na campanha.